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São Paulo investe R$ 32 milhões em produção de hidrogênio verde (52 notícias)

Publicado em 20 de novembro de 2024

O governo do Estado de São Paulo vai investir R$ 32 milhões para desenvolver os processos de produção, armazenamento, transporte, distribuição e uso do hidrogênio como fonte de energia para diversos setores, incluindo a mobilidade urbana. Para isso, criou o Centro de Ciências para o Desenvolvimento de Energias Renováveis e Combustíveis do Futuro (CCD-ERCF).

Localizado no Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT), o novo centro terá como foco o avanço na produção e utilização de hidrogênio de baixo carbono, uma alternativa energética promissora para auxiliar na descarbonização e reduzir as emissões de gases de efeito estufa.

Para o início da criação do projeto, o governo investiu R$ 32 milhões, com a seguinte divisão de recursos: R$ 9 milhões provenientes da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP); R$ 11 milhões alocados pelo Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT) e pela Secretaria de Meio Ambiente, Infraestrutura e Logística (Semil); e R$ 12 milhões financiados pela Secretaria de Ciência, Tecnologia e Inovação.

Esses investimentos serão aplicados em infraestrutura, aquisição de equipamentos, desenvolvimento de pesquisas e programas de treinamento, fortalecendo a base para avanços tecnológicos e científicos.

De acordo com o governo estadual, a iniciativa reforça o compromisso do estado com a transição para uma economia sustentável baseada em energias limpas. O CCD será desenvolvido com o apoio técnico da Secretaria de Infraestrutura e Meio Ambiente (Semil) e da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP), que destacam a importância estratégica de ter um centro especializado em hidrogênio.

Como vai funcionar?

Sob a coordenação do Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT), o centro se dedicará a avaliar diferentes etapas do ciclo do hidrogênio de baixo carbono, abrangendo produção, armazenamento, transporte, distribuição, uso e regulamentação. Reconhecido como uma solução-chave para a descarbonização, o hidrogênio possui aplicações diversificadas, incluindo geração de energia elétrica, processos industriais e transporte sustentável.

“Estamos em um momento crucial para investir na pesquisa e no desenvolvimento de tecnologias buscando inovações que no futuro farão parte da estratégia de mitigação das nações rumo à neutralidade de carbono. Com este projeto, estamos construindo as bases para um futuro mais limpo, seguro e sustentável”, afirma Marisa Barros, subsecretária de Energia e Mineração da Semil.

“O IPT tem a responsabilidade de buscar alternativas que contribuam de forma significativa para a descarbonização global. Esse centro é um grande passo nessa direção”, declarou Anderson Correia, diretor-presidente do IPT.

Novas estratégias de descarbonização

O Governo de São Paulo está ampliando sua estratégia de apoio às energias renováveis e ao combate às mudanças climáticas, com foco na redução de emissões de gases de efeito estufa (GEE). Entre as iniciativas, destaca-se o hidrogênio de baixo carbono, considerado uma solução energética promissora para atingir as metas de sustentabilidade do estado.

Outro destaque é o biometano, cujo potencial foi mapeado em um estudo realizado em parceria com a Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo). O levantamento revelou que, com incentivos e políticas de estímulo, o setor pode não apenas reduzir as emissões de GEE, mas também gerar mais de 20 mil empregos ao expandir a produção desse combustível renovável.

Os primeiros resultados dessa estratégia já são visíveis. No dia 6 de novembro, foi inaugurada uma usina de biometano em Caieiras, na Região Metropolitana de São Paulo. A planta, operada pela Solví Essencis, tem capacidade para produzir cerca de 70 mil m³ de biometano por dia, utilizando biogás captado em sua Unidade de Valorização Sustentável (UVS), localizada em um dos maiores aterros sanitários do mundo. Com 3,5 milhões de metros quadrados, o aterro recebe diariamente 10,5 mil toneladas de resíduos de São Paulo e municípios vizinhos.

Essa nova unidade terá impacto significativo, evitando a emissão de aproximadamente 300 mil toneladas de CO2 equivalente por ano. Além de acelerar a transição energética e descarbonizar indústrias da região, a planta contribuirá com a geração de créditos de carbono, fortalecendo o mercado de economia verde.