A comunidade científica do estado de São Paulo ganhará, nas próximas semanas, uma segunda embarcação para pesquisas oceanográficas. Trata-se do barco Alpha Delphini, que deverá iniciar, em duas semanas, sua primeira expedição científica.
Primeiro barco oceanográfico inteiramente construído no Brasil, o Alpha Delphini integra um projeto submetido à Fundação de Amparo à Pesquisa de São Paulo (Fapesp), pelo Instituto Oceanográfico (IO), da Universidade de São Paulo (USP). Foi construído para aumentar a capacidade de pesquisa em oceanografia no estado.
O projeto também incluiu a aquisição do navio oceanográfico Alpha Crucis, inaugurado em maio de 2012. "As duas embarcações se complementam perfeitamente em termos de possibilidades de pesquisas oceanográficas e foram concebidas para atuar dessa forma", disse Michel Michaelovitch de Mahiques, diretor do IO-USP. "O Alpha Delphini tem autonomia e capacidade de pesquisa intermediária entre as pequenas embarcações e os navios oceanográficos disponíveis para pesquisa no estado e completa uma necessidade que tínhamos de contar com uma embarcação que cobrisse o que chamamos de plataforma continental - uma área que começa na linha da costa e atinge até 200 metros de profundidade", explicou.
De acordo com Mahiques, o custo total do barco foi de R$ 5,5 milhões. A Fapesp destinou R$ 4 milhões para a construção da embarcação e o restante - motores e equipamentos científicos - foi financiado com recursos do IO-USP.
O barco tem 26 metros de comprimento e capacidade de transportar dez pesquisadores, além da tripulação. Ele foi construído no estaleiro Inace, no Ceará. A autonomia de navegação é de 10 a 15 dias.
A primeira expedição científica do Alpha Delphini está marcada para o início do próximo mês no litoral de Pernambuco. O objetivo é avaliar o papel das regiões oceânica e costeira de Pernambuco como absorvedoras ou liberadoras de carbono e identificar quais zonas atuam de uma forma ou de outra.
Ao concluir a expedição, o Delphini seguirá para Santos, onde ficará ancorado no Armazém 8 do Porto de Santos. A ideia dos pesquisadores é de que, quando o barco não estiver em fase de pesquisas, ele permaneça aberto para visitação pública no Porto.
Agência Fapesp