Um novo reforço para São Paulo no desenvolvimento de soluções para E&P de óleo e gás começa a tomar forma com a estruturação do Parque Tecnológico de Santos. Se fisicamente o complexo estará na cidade litorânea, em termos de abrangência ele cobrirá a capital paulista e ainda os municípios de Cubatão, Guarujá, São Vicente e Bertioga, no entorno de Santos.
O coração do parque ficará junto ao porto, o maior do Brasil. Além da sede da entidade gestora do complexo tecnológico - a Fundação de Tecnologia e Conhecimento (FTC) -, serão erguidos ali um novo núcleo do Cenpes, a sede da Unidade Operacional da Bacia de Santos (UO-BS) e centros de pesquisa da USP e de grandes fornecedores da Petrobras.
"As empresas terão um ambiente próprio para instalar suas áreas de inteligência, com incentivos do município. Um dos objetivos é o desenvolvimento e aplicação da inovação", informa Márcio Lara, secretário de Desenvolvimento e Assuntos Estratégicos de Santos. A Schlumberger, segundo ele, já garantiu presença.
Já se tem certeza de que o núcleo santista do Cenpes pretende ser um centro tecnológico de referência mundial na veiculação, testes e treinamento em aplicativos número-computacionais e ferramentas de interação usadas em Gerenciamento Integrado de Operações da Explotação de Petróleo (GIOp) e Logística Integrada de Operações (LIOp).
O foco do centro de pesquisa da Petrobras no parque será em lâminas d"água ultraprofundas e distantes da costa. O perfil inicial das atividades vai envolver testes e qualificação de ferramentas-protótipo, além do treinamento de profissionais em ambiente similar ao de instalações reais.
Para viabilizar tudo isso, até 2012 a Prefeitura de Santos quer entregar diversas obras de infraestrutura. As facilidades previstas incluem reurbanização, cabeamento em fibra ótica para transmissão de dados em alta velocidade e transporte integrado com veículo leve sobre trilhos (VLT). Também haverá apoio direto do governo do estado, já que o parque integra o Programa Paulista de Petróleo e Gás Natural, lançado em agosto.
Infraestrutura no IPT
Enquanto o parque de Santos não chega, o Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT) vem ampliando sua capacitação para atender demandas presentes e futuras decorrentes da exploração da fronteira do pré-sal. Historicamente a Petrobras injeta recursos significativos em modernização e criação de instalações, diz o presidente do IPT, João Fernando Gomes de Oliveira.
Houve desembolso de R$ 12 milhões num laboratório inteiramente dedicado ao estudo de corrosão em materiais expostos a ambiente marinho. Em 2009 foi concluída a modernização do Laboratório de Ensaios de Navios e Plataformas, que abriga tanque com 280 m de comprimento. E em breve será inaugurado um novo prédio, com 3 mil m², que conterá equipamentos destinados a testes de estruturas pesadas. Uma das máquinas será capaz de medir esforços de até 2,6 mil t.
O IPT ainda constrói em São José dos Campos sua primeira filial, com recursos de governo do estado, BNDES, Finep e Fapesp, totalizando R$ 90 milhões. O foco é desenvolver, testar e produzir materiais leves de alta resistência com largo uso em óleo e gás e também na aeronáutica.
Cepetro inovador
A 90 km da capital, permanece também repleto de trabalho o Centro de Estudos de Petróleo (Cepetro), da Unicamp. Criado em 1987, a unidade acaba de ganhar mais atenção da Petrobras, que a quer como polo inovador de tecnologias.
Estão em andamento sete linhas de pesquisa voltadas ao pré-sal. Em fevereiro, foi firmado protocolo de intenções para criação do Sistema de Capacitação, Ciência e Tecnologia em Carbonatos. A iniciativa envolve quatro outras universidades.
FONTE: Revista Brasil Energia