Instituições paulistas inauguraram, na quinta-feira, a Rede Metropolitana de Alta Velocidades de São Paulo (RMAV-SP) e a de Campinas (REMET), que fazem parte do projeto Internet 2 para o Brasil - em que 14 cidades estarão interligadas. Nesta primeira fase, para a formação da Internet 2 em São Paulo, está sendo criada a rede AdvancedANSP - uma rede acadêmica cem vezes mais veloz que a Internet atual e que integra o projeto para a formação de redes de alta velocidade no interior paulista.
A rede AdvancedANSP interligará, a partir de 2000, instituições de ensino e pesquisa de 11 municípios do Estado (São Paulo, Campinas, Piracicaba, Rio Claro, São Carlos, Araraquara,
Ribeirão Preto, São José do Rio Preto, Bauru, São José dos Campos e Cachoeira Paulista). A velocidade de transmissão de dados varia, inicialmente, de 34 a 155 megabits por segundo, mas terá capacidade de 2,5 gigabits por segundo.
A rede de alta velocidade, em São Paulo, é oferecida às instituições paulistas pela Fapesp (Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo), com a tecnologia e equipamentos da Telefônica Empresa e da Nortel, e de outros patrocinadores.
O principal diferencial dessa nova geração da Web é permitir à comunidade acadêmica, médica e científica trocar dados, voz e imagens de alta definição em rede exclusiva, para aplicações em gerenciamento e segurança (para garantir confidencialidade, autenticação e proteção de direitos autorais), telemedicina e teleeducação.
O que é
A Internet 2 é uma iniciativa norte-americana para o desenvolvimento de tecnologias e aplicações avançadas de redes Internet para a área acadêmica e de pesquisa. Embora essa seja a idéia principal, Hartmut R. Glaser, coordenador da rede ANSP (Academic Network at São Paulo) - rede que interliga as instituições acadêmicas do Estado desde 89 -, admitiu o interesse comercial da iniciativa privada no projeto Internet 2, até então sempre negado pela RNP (Rede Nacional de Pesquisa). A Internet 2 já está em operação nos Estados Unidos desde 1997 em 160 universidades norte-americanas.
Glaser estima que, a partir de 2002, começam as primeiras operações comerciais em telemedicina, com a participação de hospitais da rede particular. "A telemedicina irá encurtar distâncias e diminuir as diferenças sociais, permitindo acesso tecnológico às camadas menos favorecidas da sociedade", diz Glaser.
Isso significa que de qualquer parte do País, um médico terá acesso ao histórico de um paciente, os diagnósticos serão mais rápidos e a troca de informações com outros profissionais ajudarão a ganhar tempo no tratamento.
(L.C.M.)
Mais informações: RNP (www.rnp.br); Larc (www.larc.usp.br); Internet 2 (www.internet2.org)
Notícia
Jornal da Tarde