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São Paulo concentra 55% das startups de base científica e tecnológica no Brasil (43 notícias)

Publicado em 28 de outubro de 2024

Atualmente, o Brasil conta com cerca de 900 deep techs, startups focadas em criar tecnologias com base em avanços científicos, que assumem riscos significativos de desenvolvimento e apresentam alto potencial para impulsionar mudanças, estabelecer novas indústrias e transformar as já existentes. Quase 70% dessas deep techs estão no Sudeste, sendo 55% em São Paulo, devido principalmente aos recursos destinados ao apoio de startups, como os do Programa Pesquisa Inovativa em Pequenas Empresas (Pipe), da FAPESP.

O levantamento é do Relatório Deep Techs Brasil 2024, produzido pela consultoria Emerge em parceria com o Cubo do Itaú e a CAS, que aponta o destaque dessas startups em diversos setores de investimento e desenvolvimento, como indústria, governo e academia.

Com base em dados de fomento e apoio a startups, além de fontes de dados abertos e mapeamento próprio, a Emerge identificou 875 deep techs no Brasil, 55,2% das quais estão no estado de São Paulo e 28% já receberam apoio do Pipe-FAPESP.

Outras regiões também começam a desenvolver seus ecossistemas de inovação científica, impulsionadas por programas regionais e editais, como o Inova Amazônia.

Desafios no Financiamento

Ao contrário de ecossistemas mais maduros, as deep techs brasileiras demoram mais de cinco anos para alcançar um crescimento significativo. Muitas delas ainda não conseguiram escalonar suas tecnologias, mesmo após uma década de atuação. “O desafio de obter financiamento para desenvolvimento de tecnologias no Brasil é grande, e muitas startups dependem de fomento público ou subvenção, o que limita o ritmo de crescimento” , destacaram.

Apenas 30% das deep techs mapeadas já estão avançando para fases de comercialização e expansão. No entanto, muitas enfrentam dificuldades no acesso a capital nessa fase de transição, pois os investimentos públicos geralmente não se aplicam a esse estágio, e o financiamento privado ainda é escasso devido ao risco tecnológico envolvido.

Financiamentos públicos, investidores-anjo e programas de subvenção representam 70% dos investimentos em deep techs no país. Das startups que receberam investimentos superiores a R$ 5 milhões, 70% utilizaram recursos públicos.

“O investimento público não reembolsável é essencial para muitas deep techs, considerando os riscos de desenvolvimento tecnológico” , observaram os autores, que também mencionaram o papel fundamental da FAPESP, Finep, Sebrae e Embrapii.

As deep techs brasileiras concentram-se principalmente nos setores de saúde e agronegócio. A taxa média de crescimento nesses setores, entre 2015 e 2024, foi de 19,8% e 20,8%, respectivamente, próxima da média de 18,8% dos demais setores, indicando uma expansão gradual para novas áreas de atuação e oportunidades.