Lei sancionada prevê postos volantes de imunização em lugares com muito movimento de pessoas
Victor Barreto
O prefeito Rogério Santos (Republicanos) sancionou nesta quarta-feira (24) lei que institui o Programa de Vacinação Itinerante na Cidade. A medida, proposta pelo vereador Carlos Teixeira Filho, o Cacá Teixeira (PSDB), tem o objetivo de facilitar que metas de cobertura vacinal sejam alcançadas no Município.
“Muita gente não se preocupa com a vacinação. Temos observado índices de cobertura vacinal caindo, pais deixando de vacinar seus filhos, além do negacionismo, e isso gerou preocupação, porque vimos doenças como a poliomielite e o sarampo, doenças que estavam sob controle, voltarem”, diz o parlamentar.
Segundo a diretora de Vigilância em Saúde de Santos, Ana Paula Valeiras, a lei instituiu uma prática que já era adotada pelo Município. No último sábado (20), por exemplo, a Prefeitura ofereceu dois postos móveis de vacinação, um no Parque Roberto Mário Santini, no José Menino, e outro na Praça Dr. Bruno Barbosa, no Castelo. “A transformação dessa prática em lei é boa, porque nos dá respaldo para executar mais ações como essa”, afirma.
O objetivo da Administração Municipal é levar a iniciativa para diversos eventos em Santos, ainda mais tendo em vista o sucesso da ação realizada no sábado. “Os dois postos itinerantes implantados naquele dia vacinaram mais do que as cinco policlínicas que ficaram abertas. Isso deixa cada vez mais claro que temos que ir onde a população se encontra”, diz Valeiras.
Preocupação
De acordo com a diretora de Vigilância em Saúde de Santos, o maior desafio para a Saúde do Município tem sido atingir a meta de cobertura vacinal contra a dengue preconizada pelo Ministério da Saúde.
A vacina tem como meta uma cobertura vacinal que corresponda entre 90% e 95% do público-alvo, constituído por crianças e adolescentes de 10 a 14 anos de idade. Em Santos, somente 29% completou o esquema de imunização, que consiste em duas doses – sendo que a segunda deve ser tomada 90 dias após a primeira.
Há casos de menores que tomaram a primeira dose, mas não retornaram para a segunda. “Se calculássemos somente pela primeira dose, teríamos uma cobertura de 68%, mas, quando incluímos a segunda, cai para 29%, uma dosagem muito baixa, e que segue uma tendência nacional”, diz Valeiras.
A expectativa é de que o número aumente a partir do ano que vem, quando a vacina desenvolvida pelo Instituto Butantan, tomada em dose única, estiver disponível. Enquanto isso, a vacinação itinerante e a imunização nas escolas seguem como alternativas para o aumento de coberturas vacinais.
“Desde 2023, quando a vacinação nas escolas começou, temos ampliado muito o índice de cobertura vacinal, principalmente contra o HPV, que é para crianças e adolescentes de 9 a 14 anos, e contra a meningite, que tem a mesma faixa-etária da dengue”.
Segundo Valeiras, a Prefeitura aguarda o aval do Ministério da Saúde para levar às unidades de ensino a imunização contra a dengue.
Pólio
Em outubro, mês voltado à conscientização a respeito da poliomielite, a Prefeitura deve organizar, no dia 18, um Dia D. Nesta ocasião, três postos itinerantes estarão abertos para a vacinação: os mesmos dois que funcionaram no último sábado, e um terceiro, que ficará na Ilhade Conveniência, na Avenida Conselheiro Nébias, no Boqueirão.