Pernambuco tem o Genoma. Não se trata de nenhum andróide. É um projeto de cunho científico, com finalidades empresariais. Ele teve início em abril último em São Paulo, com o nome de Programa Genoma da Fapesp - Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo. Três meses depois, ele foi lançado em Pernambuco pela Fundação de Amparo à Ciência e Tecnologia do Estado.
Não se trata de uma nova instituição. Ele se compõe de cinco pesquisadores, coordenados por José Carlos Silva Cavalcanti, e se utiliza dos laboratórios da UFRPE, UFPE e IPA. O Projeto Genoma da Cana-de-açúcar é uma complexa pesquisa do seqüenciamento das cadeias de DNA nessa espécie vegetal, com a finalidade de criar plantas resistentes às pragas e de fornecer subsídios para a utilização de todos os subprodutos da cana-de-açúcar.
Na realidade, a iniciativa, apoiada pela Secretaria de Ciência, Tecnologia e Meio Ambiente de Pernambuco, mostra que nós, pernambucanos, começamos a tomar consciência de que problemas seculares não podem permanecer insolúveis. O Projeto Genoma, ao utilizar métodos científicos de pesquisas, indica que a o setor canavieiro de Pernambuco tem condições de superar problemas, a partir do momento em que se afastar dos métodos tradicionais de cultivo.
Com o Genoma, Pernambuco terá possibilidades de melhorar a qualidade de vida do trabalhador rural, do meio ambiente, da energia e da saúde, desde que utilize os resultados das pesquisas. Não queremos dizer que o Genoma é a solução de todos os problemas. Ele representa o fim do cordão umbilical que liga o cultivo da cana aos primórdios da colonização brasileira.
Notícia
Diário de Pernambuco