As saladas pré-prontas, vendidas em potes ou sacos descartáveis, parecem ser uma opção saudável para o dia a dia corrido das pessoas. Entretanto, uma pesquisa recente de nutricionistas da Universidade de São Paulo (USP) mostrou que elas podem esconder bactérias nocivas à saúde.
O estudo revisou 33 trabalhos realizados no Brasil que checaram amostras de diversas marcas de saladas prontas. Os trabalhos identificaram a presença de ao menos três tipos bactérias nas amostras. Escherichia coli, Salmonella spp e Listeria monocytogenes, consideradas como as três principais responsáveis por infecções alimentares no Brasil foram encontradas.
Publicada na revista Foods em junho, a pesquisa mostrou que as saladas, apesar de serem higienizadas antes de embaladas, mantém uma série de microorganismos. Do total de estudos avaliados, 21 (63,6%) relataram a presença de E. coli, 16 identificaram a Salmonella (50%), e 10 acharam a L. monocytogenes (33,3%).
“As saladas pré-prontas passam pela etapa de desinfecção na indústria, mas estudos demonstram a possibilidade de falhas que podem colocar em risco a saúde dos consumidores. É preciso um controle rigoroso para evitar falhas no processo e a ocorrência de contaminação cruzada”, observa a professora Daniele Maffei, da Escola de Agricultura da USP e coatura do artigo ao site da Agência FAPESP.
Toda salada é perigosa?
O estudo não é categórico em dizer que as pessoas tem de evitar o consumo deste tipo de alimento. Os artigos reunidos tinham como objetivo explicar a origem de surtos alimentares no consumo de vegetais frescos no Brasil entre 2000 e 2021.
“Embora não haja informações sobre se eram consumidos in natura ou minimamente processados, os dados evidenciam a necessidade de medidas de controle para garantir produtos com qualidade e segurança aos consumidores”, apontam os autores.