Desde 1978, na Semana da Pátria, acadêmicos da área de Comunicação reúnem-se para analisar e debater as tendências dos estudos e pesquisas realizados nas universidades. O primeiro congresso foi organizado quase clandestinamente, num hotelzinho sem estrelas, de uma ponta de praia em Santos (SP), reunindo apenas cinquenta participantes. Mas houve momentos em que essa cifra, multiplicada por 100, ultrapassou 5 mil congressistas.
Temendo a inviabilidade dos intercâmbios cognitivos, a diretoria da Intercom procurou reduzir esse fluxo nacional, instituindo congressos regionais. A estratégia vem funcionando satisfatoriamente, distribuindo-se melhor o fluxo da área, sem inibir os jovens pesquisadores ao dialogar com seus pares nas regiões onde vivem. Do mesmo modo, os cientistas maduros encontram espaços confortáveis para expor novos conhecimentos durante o congresso nacional.
Neste ano de 2014, Foz do Iguaçu atraiu três milhares de estudiosos midiáticos para repartir idéias e testar a validade dos argumentos que embasam as correntes do pensamento comunicacional contemporâneo. Pela primeira vez, a comunidade acadêmica de comunicação, seduzida por apelos eficazes da terceira geração, confia sua liderança a uma equipe cujos integrantes deram os passos iniciais nos cursos de graduação em comunicação. Capitaneada pela professora fluminense Marialva Barbosa (UFRJ), a nova diretoria assumiu o compromisso de construir o futuro sem apagar os rastros do passado, guiando-se pelas demandas da sociedade e sendo fiel aos princípios basilares da nossa comunidade acadêmica: democracia e pluralismo.
Nesse sentido, a diretoria comandada pelo gaúcho Antonio Hohlfeldt sistematizou a "fortuna crítica" acumulada pelas vanguardas intelectuais, oferecendo à terceira geração indicadores capazes de sinalizar essa metamorfose institucional, com os pés fincados no presente, identificando as luzes do futuro na herança epistêmica do passado.
Trata-se, portanto, de uma mutação orgânica a ser melhor dimensionada no pens@com.brasil, evento agendado para os dias 12, 13 e 14 de novembro de 2014, em São Paulo, em parceria com a Fapesp, o Sesc e a Fapcom, ancorado no acervo tecido pela cátedra Unesco/Umesp para produzir conhecimento comunicacional a um só tempo inovador e transformador, fiel aos interesses populares e comprometido com o bem comum.
Quando a nossa vanguarda acadêmica estiver pensando, em novembro, nos passos que as universidades devem dar nos próximos anos, a sociedade brasileira já terá clareza dos rumos escolhidos pela população nas eleições nacionais de outubro. Nesse sentido, a terceira geração da Intercom pode discernir o tipo de conhecimento a ser estimulado na academia, guiando-se pela sabedoria popular embutida na voz das urnas.