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Indústria Têxtil e do Vestuário - Textile Industry

Roupas que reduzem calor e odor e repelem insetos devem chegar ao mercado (1 notícias)

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Por Elton Alisson (Agência Fapesp)

No verão de 2020, indústrias têxteis devem levar ao mercado tecidos funcionais, capazes de reter menos calor, controlar o odor do suor, proteger contra o Sol e contra mosquitos como o Aedes aegypti – vetor da dengue, da febre amarela, do vírus chikungunya e do zika.

Algumas peças de vestuário com essas funcionalidades usam tecnologias desenvolvidas pela Nanox – uma empresa apoiada pelo Programa Fapesp de Pesquisa Inovativa em Pequenas Empresas (PIPE) e nascida no Centro de Desenvolvimento de Materiais Funcionais (CDMF), um dos Centros de Pesquisa, Inovação e Difusão (CEPIDs) financiados pela Fapesp.

A empresa desenvolve, em parceria com indústrias têxteis, tecidos com partículas em escala nanométrica (a bilionésima parte do metro) com diferentes propriedades. Entre elas, a de controlar micro-organismos causadores de maus odores, de refletir a radiação eletromagnética do Sol e de liberar de modo controlado repelentes e inseticidas.

“Já temos alguns projetos encaminhados com indústrias têxteis em fase de desenvolvimento final de tecidos com essas propriedades”, disse Daniel Minozzi, cofundador e diretor de operações da Nanox, à Agência Fapesp.

As partículas desenvolvidas são feitas com diferentes materiais e podem ser adicionadas aos tecidos isoladamente ou combinadas para conferir as funcionalidades desejadas. As que controlam o odor, por exemplo, são à base de prata, zinco e cobre e têm propriedades bactericida, antimicrobiana e autoesterilizante.

Ao serem incorporadas às fibras de tecidos, essas nanopartículas protegem o material contra o crescimento de bactérias, fungos e ácaros causadores de mau cheiro e também evitam o amarelamento, de acordo com a empresa.

“Uma das vantagens dessas nanopartículas antimicrobianas, em comparação com outros produtos químicos incorporados a tecidos antiodor existentes no mercado, é que elas apresentam maior resistência à lavagem, à temperatura e à abrasão”, disse Minozzi. “Além disso, têm menor impacto ambiental e não causam alergia. Por isso, podem ser usadas em qualquer tipo de tecido que entre em contato direto com a pele, como os de roupas comuns, esportivas, íntimas, de cama e banho e uniformes profissionais”, exemplificou.

Já as nanopartículas que protegem contra o Sol e proporcionam maior conforto térmico podem ser aplicadas em roupas comuns, esportivas e de praia, além de cortinas e uniformes de profissionais que precisam ficar muito tempo expostos aos raios solares.

Nesse caso, os materiais funcionam como microespelhos e refletem raios infravermelho e ultravioleta que poderiam penetrar o tecido. Dessa forma, são capazes de diminuir em até 65% a transferência de calor para a roupa.

Em testes feitos pela empresa, um tecido com as partículas incorporadas apresentou uma redução de até 6,5 ºC na temperatura, em comparação com um mesmo tecido sem as partículas, ao serem expostos aos raios solares.

“Os tecidos existentes hoje para resguardar contra o Sol conferem proteção só contra os raios ultravioleta. As nanopartículas que desenvolvemos são capazes de refletir também os raios infravermelho. Dessa forma, diminuem o calor do tecido”, disse Minozzi. “É uma tecnologia totalmente inovadora.”

Por Elton Alisson (Agência Fapesp)

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