Notícia

Jornal do Brasil

Robôs vão auxiliar os deficientes

Publicado em 19 janeiro 1996

Por ALEXANDRE MANSUR
Se atualmente os robôs estão revolucionando as indústrias, o futuro da inteligência artificial está mais perto das pessoas. A previsão é do engenheiro francês Georges Giralt, diretor de pesquisa do Centro Nacional de Pesquisa Científica (CNRS) e do Risp, o programa nacional para o desenvolvimento de robôs espaciais. "O papel mais importante da robótica é dar assistência geral ao homem em seu dia-a-dia, nas coisas que são realmente necessárias", diz Girald, que realizou uma palestra ontem na Coordenação dos Programas de Pós-Graduação em Engenharia (Coppe). Ele vêm com carinho as pesquisas realizadas na França com robôs para portadores de deficiência Tísica. "Estas máquinas devem entrar no mercado dentro de cinco ou dez anos", avisa. Também há projetos de robôs para auxiliar pessoas idosas e crianças com deficiência mental. O CNRS já construiu protótipos de diversos robôs, que estão sendo testados por deficientes físicos voluntários. Basicamente, existem robôs de mesa ou móveis. Os primeiros são aqueles instalados em um local na casa dá pessoa. Eles são dotados de braços articulados e ajudam o deficiente a executar tarefas como ler um livro ou beber água. Tipos — Já os robôs móveis ajudam os deficientes a se deslocar. São como cadeiras de roda extremamente sofisticadas, que reconhecem onde estão e obedecem as ordens verbais do usuário;. "Mas muitos deficientes têm problemas com a fala. Por isso, estamos aprimorando sensores que captem movimentos sutis do rosto ou mesmo dos olhos", conta o engenheiro. "A robótica já está bastante avançada na Europa, no Japão e nos Estados Unidos", avisa o engenheiro, explicando que uma das áreas de vanguarda é justamente a pesquisa de alternativas para a exploração espacial. "É perfeitamente possível construir uma estação cibernética na Lua ou fazer máquinas capazes de colonizar Marte. A única coisa que nos impede é a falta de vontade política", reclama. O francês defende que os robôs não são bons nem maus. "As pessoas que imaginam, que vamos construir andróides como os da ficção-científica estão enganadas. Os robôs apenas compreendem ordens e realizam as tarefas para as quais foram programados", diz Giralt.