Você, seja andando, fazendo gestos ou até mesmo praticando aulas de Tai Chi Chuan ao seu lado? O Instituto de Ciências Matemáticas e de Computação(lCMC) da USP de São Carlos desenvolve, através de um robô humanóide chamado Nao, pesquisas voltadas para a área de Robótica Social. A meta é construir interfaces homem-robô mais amigáveis, fazendo com que a comunidade tenha o interesse em entender a pesquisa que o ICMC desenvolve.
O robô foi adquirido junto a uma empresa francesa chamada Aldebaran Robotics, por meio de um projeto de pesquisa financiado pela FAPESP. A professora do Departamento de Ciências de Computação do ICMC, dra. Roseli Aparecida Romero, detalha como esse tipo de robô poderá ser importante para a sociedade em um futuro próximo. “Ele (Nao) poderá nos auxiliar em tarefas do nosso dia a dia, tais como pegar objetos em geral e levar até um local determinado. Levar um jornal, um copo, ou abrir e fechar portas e até mesmo ser um companheiro para crianças e pessoas idosas”, conta Romero. Juntamente com o seu aluno de mestrado, Fernando Zuher, Romero tem trabalhado para que o robô desenvolva a capacidade de reconhecer ordens, imitar movimentos e até reconhecer falas em português.
Esse desenvolvimento é atribuído ao uso do Kinect, um sensor de movimentos desenvolvido para o videogame XBOX 360, da Microsoft. “A empresa desenvolvedora do robô provê alguns softwares para facilitar a operação. Em um desses programas há a execução de módulos de comportamentos pré-definidos, como realizar um gesto de ‘oi’, caminhar, levantar/sentar, falar por meio de texto, entre outros, que facilitam a utilização do robô em um nível de baixa complexidade”, conta Zuher.
Na opinião do aluno, o Brasil leva uma grande desvantagem no desenvolvimento da robótica se comparado a EUA, Japão e alguns países da Europa. Com a utilização de um robô humanoide com a parte do hardware já pronta, mas que possui certas limitações, pode-se tomar vantagem de uma arquitetura robótica como a do Não e realizar pesquisa na área de software no robô. “A posse de uma arquitetura robótica como essa nos beneficia na pesquisa em robôs humanoides, visto que focamos no controle do robô em vez de nos preocupar com o desenvolvimento do hardware de um robô humanóide”, declara Zuher. Apesar de possuir um sistema bastante sofisticado, desde sua forma até na movimentação de suas juntas, o que lhe dá uma boa estabilidade, ainda não é preciso aprimorar a sua parte fisica para que não apresente futuras falhas na interação com o ser humano. Um movimento brusco provocaria a queda do robô e um prejuízo enorme aos seus desenvolvedores.