Além do convênio que prevê investimentos de R$ 20 milhões concedidos pela Financiadora de Estudos e Projetos (Finep), o secretário estadual de Ciência e Tecnologia, Eloi Fernández y Fernández, anunciou ontem o lançamento de quatro projetos de fomento à pesquisa científica e tecnológica do Estado. Com o pacote de programas, o governo do Rio pretende estimular a formação de redes de cooperativas de pesquisa, selecionar projetos de inovação tecnológica para micro e pequenas empresas, ampliar o mercado de trabalho para PhDs fluminenses e analisar o sistema de ciência e tecnologia do Estado.
Segundo Fernández, com orçamento de R$ 2 milhões, o programa de Redes Corporativas de Pesquisa do Estado do Rio (Recope/RJ) foi criado para incentivar o desenvolvimento científico e tecnológico nos setores industrial, social, de serviços, ambiental e agropecuário do Estado, através de parceria entre a Finep e a Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio (Faperj).
Através do projeto "Consolidar", será feita uma "radiografia" do sistema de ciência e tecnologia do Rio. A idéia é destinar bolsas e auxílios para a formação de grupos de trabalho. Os recursos para as bolsas ainda não estão definidos, mas Fernández acredita que devem chegar a R$ 800 mil.
Por meio de outro programa, o "Alfa/RJ", serão selecionados 151 projetos que tenham como característica principal inovações tecnológicas. O orçamento é de R$ 300 mil e cada projeto ganhador receberá até R$ 20 mil. Depois de aprovada a viabilidade técnica, o projeto será recomendado automaticamente para financiamento junto à Finep.
Já o "PhD da Empresa" destina-se à concessão de bolsas para que doutores possam ser aproveitados por empresas interessadas no processo de inovação tecnológica. Administrado pela Faperj, o programa conta com a parceria da Firjan e futuramente deve envolver outras instituições, como MCT, CNPq, Sebrae-RJ e Universidades. As bolsas devem ser de R$ 2 mil, diz Fernández.
As empresas brasileiras estão dispostas a investir, nos próximos anos, entre 2% e 3% de seu faturamento em desenvolvimento científico e tecnológico. Essa é a conclusão de uma pesquisa promovida pelo Ministério de Ciência e Tecnologia (MCT) e a Confederação Nacional da Indústria (CNI), anunciou ontem no Rio o ministro Israel Vargas. O estudo, concluído em junho, demonstrou que 60% das mil empresas entrevistadas declararam que farão esses investimentos de maneira autônoma, com recursos nacionais.
Israel Vargas e o governador Marcello Alencar assinaram no Palácio Guanabara convênio que prevê investimentos no valor de R$ 40 milhões, para o desenvolvimento científico e tecnológico do Estado. Serão R$ 20 milhões concedidos pela Finep, e os outros R$ 20 milhões de contrapartida do governo do Rio.
De acordo com Vargas, o convênio com o Rio faz parte de um projeto de âmbito nacional, para o qual a Finep já determinou R$ 130 milhões, mais os recursos da contrapartida de cada estado beneficiado, que, somados, também serão de R$ 130 milhões. "Exigimos que cada estado entre com a mesma quantia recebida", diz o ministro. Até o momento, seis estados já foram contratados, segundo ele. Entre as prioridades para o Rio, está a conclusão das obras da Universidade Estadual do Norte Fluminense (Uenf), no município de Campos. A Secretaria estadual de Ciência e Tecnologia estuda para que setores será destinado o restante dos recursos.
Vargas lembrou que pela Lei 8.661/93, que criou incentivos para empresas industriais e agropecuárias, regulamentada em 94, foram investidos R$ 1,8 bilhão, através de 77 empresas. "Para cada real que o governo deixa de arrecadar com impostos, as empresas estão aplicando quatro reais no desenvolvimento científico e tecnológico", disse. Para este ano, o ministro afirma que o governo deve dispor de US$ 260 milhões para incentivos fiscais. Com esse montante, segundo ele, espera-se que sejam contratados mais US$ 1 bilhão.
De acordo com Vargas, em 1996 foram destinados à ciência e tecnologia cerca de US$ 6,1 bilhões, o que representou algo próximo a 1% do PIB. Até junho, haviam sido contratados investimentos globais no valor de R$ 1,846 bilhão, com renúncia fiscal da União de R$ 457,4 milhões. Para 1997, Vargas estima que serão direcionados para ciência e tecnologia 1,5% do PIB.
Notícia
Gazeta Mercantil