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Ricardo Cavaliere derrota Mauricio de Sousa e vai para ABL (1 notícias)

Publicado em 27 de abril de 2023

O filólogo Ricardo Cavaliere foi eleito nesta quinta-feira (27) e virou “imortal” da Academia Brasileira de Letras. Ele recebeu 35 votos dos futuros colegas da ABL e vai ocupar a cadeira oito, que era da escritora e pesquisadora Cleonice Berardinelli — ela morreu em janeiro.

O acadêmico era o favorito para a vaga até o quadrinista Mauricio de Sousa se candidatar e chamar atenção do público geral para a disputa. O criador da Turma da Mônica recebeu dois votos, e houve um voto em branco.

“Cavaliere é talvez o maior filólogo brasileiro atualmente. Só não é maior que o Evanildo Bechara, que é o nosso acadêmico [na cadeira 33 da ABL]. Então, ele vem para fazer um trabalho que é fundamental. A academia cuida da língua portuguesa, e a gente precisa reforçar sempre a representação do filólogo, exatamente para ela fazer o seu trabalho”

Merval Pereira

presidente da Academia Brasileira de Letras, em comentário sobre a eleição

Filólogo e escritor, Cavaliere é professor aposentado da UFF (Universidade Federal Fluminense) e tem longa carreira como docente nas áreas de letras e linguística. Sua formação acadêmica se deu na UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro). É autor de obras como “Fonologia e morfologia na gramática científica brasileira” e “Pontos essenciais em fonética e fonologia”, como destacou o perfil do acadêmico na ABL.

Você sabe o que é filologia? Ela engloba o estudo da linguagem a partir de documentos e registros históricos. Mas com o tempo o campo de conhecimento deixou de ter contornos tão claros, segundo esta reportagem da Revista Fapesp de 2016, que trata da “redescoberta” da área.

Além de Cavaliere e Sousa, concorriam à cadeira oito da ABL os escritores Elois Angelos D’Arachosia, James Akel e Joaquim Branco, além do advogado José Alberto Couto Maciel. Akel, que é jornalista, causou polêmica quando disse numa entrevista à revista Veja que “gibi não é literatura”.

Nas redes sociais, usuários lembraram o papel da Turma da Mônica na formação de novos leitores, como registrou o jornal Folha de S.Paulo. Mauricio de Sousa pode voltar a se candidatar para uma vaga de “imortal”. A ABL nunca teve um quadrinista entre seus ocupantes.

Da Redação