A restrição ao uso de celulares em sala de aula, aprovada na Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania (CCJ) da Câmara dos Deputados em Brasília, está gerando debates e recebendo o apoio de especialistas da área de educação. A medida, que já foi aprovada na Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp) em novembro, agora segue para aprovação no Senado Federal, a nível nacional. Segundo Sandhra Cabral, professora da Universidade Municipal de São Caetano do Sul (USCS) e do portal “Educar para Ser Grande”, a proibição do uso de celulares nas escolas se tornou necessária devido à falta de educação sobre o uso correto da internet no Brasil. Ela aponta que, sem esse conhecimento, as pessoas podem sofrer de problemas de cognição, perda de foco e distração. No entanto, Cabral acredita que a proibição sozinha não terá um impacto totalmente positivo na vida dos estudantes, especialmente no início da implementação da medida.
A especialista enfatiza a importância de os professores criarem atividades pedagógicas interativas para prevenir a ansiedade das crianças e adolescentes que estão acostumados a usar celulares durante todo o tempo. Ela sugere a inclusão de aulas de educação midiática no currículo escolar, de forma interdisciplinar, para abordar os riscos e benefícios do uso da internet.
Para Andreia Schmidt, pesquisadora da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP), a proibição do uso de celulares na escola oferece a oportunidade para os estudantes interagirem mais com as pessoas e aumentarem sua socialização. Schmidt acredita que a escola é o espaço ideal para que as crianças aprendam a regular suas emoções, lidar com as diferenças e se relacionar com o mundo real.
Em geral, os especialistas concordam que a restrição ao uso de celulares em sala de aula pode trazer benefícios para a educação e para o desenvolvimento social dos alunos, mas ressaltam a importância de fomentar a educação midiática e criar atividades interativas para lidar com a ansiedade causada pela mudança de hábito.