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Ressurgimento do Sorotipo 3 da dengue no Brasil levanta preocupações (129 notícias)

Publicado em 23 de janeiro de 2025

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População não está imunizada contra essa linhagem e, ao mesmo tempo, os sorotipos 1 e 2 continuam em circulação, alertam especialistas

O retorno do sorotipo 3 do vírus da dengue DENV-3 ) no Brasil, após um intervalo de 17 anos, suscita preocupações significativas sobre a possibilidade de novos surtos da doença. A população, que não possui imunidade contra essa linhagem, enfrenta o risco potencial de complicações agravadas, especialmente em um cenário onde os sorotipos DENV-1 e DENV-2 continuam a circular.

Pesquisadores da Faculdade de Medicina de São José do Rio Preto (Famerp) alertam sobre essa situação em um artigo recentemente publicado no Journal of Clinical Virology. Segundo Maurício Lacerda Nogueira, professor da instituição e um dos autores do estudo, “a última epidemia significativa de DENV-3 no Brasil ocorreu em 2007. Atualmente, o DENV-1 e DENV-2 persistem em circulação, e se o DENV-3 se consolidar como uma nova variante predominante, isso pode resultar em formas severas de epidemia de dengue”.

Com o apoio da FAPESP , os pesquisadores realizam há duas décadas um monitoramento genômico e epidemiológico de arboviroses na cidade. São José do Rio Preto tem experimentado a circulação endêmica da dengue, caracterizada por surtos provocados por diferentes sorotipos virais.

A combinação de temperaturas médias anuais superiores a 25 graus Celsius e precipitações em torno de 2 mil milímetros propicia condições favoráveis para a proliferação dos mosquitos transmissores. “Esse ambiente permite não apenas a formação de reservatórios para os mosquitos, mas também facilita nossa vigilância epidemiológica” , explica Lacerda.

A vigilância ativa dos arbovírus entre pacientes com sintomas compatíveis com a dengue nas unidades de saúde revelou um aumento significativo nos casos de DENV-3 a partir do final de 2023. Entre novembro de 2023 e novembro de 2024, trinta e uma amostras testaram positivo para o DENV-3, com os sintomas mais comuns sendo dor muscular, cefaleia e febre.

Lacerda observa que “entre 2023 e 2024 enfrentamos uma epidemia de dengue em São José do Rio Preto, predominantemente causada pelos sorotipos 1 e 2. Contudo, ao longo de 2024, o DENV-1 quase desapareceu, enquanto o DENV-2 tornou-se predominante e o DENV-3 começou a ganhar destaque”.

O surto anterior no Brasil ocorreu em 2021 e foi atribuído ao DENV-1. Pesquisas anteriores indicaram que infecções sequenciais com DENV-3 podem estar associadas a um aumento na gravidade dos casos durante epidemias. No entanto, segundo Lacerda, “ não observamos esse aumento na gravidade entre os pacientes analisados em nosso estudo”.

Além disso, os cientistas sequenciaram o genoma dos isolados virais coletados e constataram que esses pertencem à mesma linhagem identificada na Flórida e na região do Caribe. Isso sugere que o surto nas Américas contribuiu para a disseminação do vírus no Brasil.

Os pesquisadores ressaltam a importância da vigilância molecular contínua dos sorotipos circulantes para fortalecer as respostas às emergências de saúde pública. “A transmissão da dengue é comum em regiões tropicais e subtropicais; porém, as áreas afetadas se expandiram nas últimas décadas devido a mudanças climáticas e à propagação do mosquito Aedes aegypti” , alertam.

Historicamente considerado o país mais afetado pelas arboviroses nas Américas , o Brasil tem enfrentado uma hiperendemia constante relacionada aos diversos sorotipos do vírus da dengue. Após anos em que o DENV-1 e DENV-2 dominaram as notificações, o DENV-3 apresentou uma redução significativa nos casos entre 2010 e 2022; no entanto, houve um crescimento acentuado em 2023 (106 casos) seguido por uma explosão em 2024 (1.008 casos).

Lacerda conclui que as dinâmicas observadas são comparáveis ao que ocorreu com o SARS-CoV-2 durante a pandemia: “ Quando um novo sorotipo emerge, observa-se uma quebra na imunidade coletiva da população, resultando em surtos subsequentes. O mesmo fenômeno está se desenrolando agora com o DENV-3″.