Um dos compositores mais polêmicos da música norte-americana, Charles Ives (1874-1954) é colocado ao lado de outros representantes máximos da música mundial, como Bela Bártok, Alban Berg, Arnold Schoenberg e Igor Stravmsky. Em Charles Ives: uma revisita, publicação da dissertação de mestrado aprovada com distinção e louvor no Instituto de Artes (IA) da UNESP, câmpus de São Paulo, a pesquisadora Valerie Albright, professora de contrabaixo do IA, descreve-o como um experimentador, um músico de vanguarda, um precursor da música politonal. "Ele usou ainda procedimentos que depois viriam a ser consagrados por John Cage e Pierre Boulez", comenta a autora. O livro confirma a hipótese de que Charles Ives ocupa um lugar de destaque na história deste século. "O trabalhe esta sintonizado com o atual aumento de apresentações e gravações das obras ao compositor, além da presente tendência mundial de corrigir erros em publicações antigas e de buscar a elaboração de versões finais de composições de Ives ainda inéditas em forma de livro."
Charles Ives: uma revisita - Valerie Albrignt: Annablume e Fundação de Amparo a Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp); 138 páginas R$ 12,00; Informações: (11) 212-6764
POLITONALIDADE - Harmonias e timbres
A politonalidade tem um lugar assegurado na história da música. Para Lina Maria Ribeiro de Noronha, bacharel em Música e oboísta da Orquestra Sinfônica Municipal de Santos, ela pode ser vista sob dois ângulos. Por um lado, há uma reação contra os que desejam a superação total do sistema tonal; por outro, promove novos e significativos resultados harmônicos e timbristicos, que obrigam a repensar o passado da música baseado na tonalidade. Essa é a principal conclusão exposta em Politonalidade: discurso de reação e transformação, versão em livro de dissertação de mestrado apresentada pela pesquisadora no Instituto de Artes da UNESP, câmpus de São Paulo. "Conclui que a politonalidade envolve a afirmação do sistema tonal e um salto Qualitativo desse sistema", diz Lina. Nessa linha de raciocínio, ela mostra como a simultaneidade, presente na música politonal, aparece no cinema, na pintura e na literatura. "Assim foi possível observar que a politonalidade traz novos elementos ao léxico tonal, mas, ao promover uma ruptura, também gera uma revitalização da tonalidade", conclui a musicista.
Politonalidade: discurso de reação e transformação - Lina Maria Ribeiro de Noronha; Annablume e Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp); 38 paginas: R$ 12,00; Informações: (11) 212-6764.
Notícia
Jornal da Unesp