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Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo

Representação no MP pede adiamento da volta às aulas até que pandemia esteja controlada (2 notícias)

Publicado em 31 de janeiro de 2022

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As matérias da seção Atividade Parlamentar são de inteira responsabilidade dos parlamentares e de suas assessorias de imprensa. São devidamente assinadas e não refletem, necessariamente, a opinião institucional da Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo.Na quarta-feira (26/01), a plataforma SP Covid-19 Info Tracker - mantida por uma parceria entre USP, Unesp e Fapesp - informou que a pandemia havia atingido o maior índice de contágio já registrado, de 1,9, representando praticamente que cada infectado tem a potencialidade de transmitir o vírus para outras duas pessoas. No país, apenas nesse dia, foram registrados 219 mil novos casos. Apesar disso, essa mesma data marcou o início do trabalho docente na rede estadual de ensino, com as atividades de planejamento sendo realizadas obrigatoriamente de modo presencial.

Com o objetivo de pôr fim a essa exposição desnecessária, o deputado estadual Carlos Giannazi e o vereador Celso Giannazi (ambos do PSOL) protocolaram no Ministério Público estadual uma representação pedindo que as escolas realizem o planejamento por teletrabalho e que a volta às aulas presenciais seja adiada em todos os municípios do Estado, nas redes públicas e particulares.

"Nós estamos vendo companhias aéreas cancelando voos, hospitais reduzindo o atendimento porque seus funcionários estão contaminados, não só pela variante Ômicron, mas também pela gripe (Influenza A). Vários setores da sociedade estão retomando o teletrabalho, como a Assembleia Legislativa e o Congresso Nacional. Não há nenhum sentido em expor os profissionais da educação ao contágio se o trabalho de planejamento pode ser feito remotamente", ponderou Carlos Giannazi.

O deputado ainda advertiu que todas as pesquisas apontam que, em duas ou três semanas, o sistema de saúde vai entrar em colapso, e as aulas presenciais podem agravar ainda mais esse quadro, já que a atividade faz com que 15 milhões de pessoas circulem diariamente, entre alunos, pais e profissionais da educação. Outro motivo para o adiamento é que o poder público nada fez para tornar as escolas mais seguras, sendo que os alunos ainda não estão com sua imunização completa. "Temos de evitar este momento mais agudo da crise."

Horas mais tarde, deputado e vereador realizaram uma live com a médica do Hospital do Servidor Público Municipal, Rosilene Menezes, e com o presidente do Sindicato dos Médicos, Victor Dourado. Rosilene afirmou que é falsa a informação de que a Ômicron é menos agressiva. "A diferença é que essa variante pegou as pessoas vacinadas. A maior parte das pessoas que estão na UTI são idosos que não completaram o ciclo de vacinação", informou, lamentando que, em média, 80% delas irão a óbito.

Victor Dourado relatou que a taxa de vacinação nos Estados Unidos é relativamente próxima à do Brasil, e que, dado o gigantesco número de infectados, aquele país está registrando cerca de 2.500 mortes por dia, apesar do menor grau de letalidade.

Também participou da live a supervisora de ensino da rede municipal Luciene Cavalcante, que ressaltou a falta de diálogo com quem está no chão da escola. "Nós vamos para o terceiro ano de pandemia e até agora nós não temos acesso aos dados de quantos profissionais da educação foram contaminados e quantos morreram por Covid 19", denunciou.