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Publicado em 22 de abril de 2010

Uma nova pesquisa, que investigou o crescente problema da poluição por nitrogênio, indica que as taxas globais de nitrogênio e de carbono no meio ambiente estão intimamente ligadas.

Segundo os autores, o estudo pode auxiliar no desenvolvimento de estratégias para ajudar a mitigar problemas regionais que vão de corpos dágua contaminados a impactos na saúde humana. O trabalho foi publicado na edição desta quinta-feira (22/4) da revista Nature.

A pesquisa observou que nitratos - uma forma do nitrogênio - no ambiente exibem uma relação consistente, não linear e inversa com o carbono orgânico. O acúmulo de nitratos em rios, lagos e oceanos é uma consequência do uso de fertilizantes artificiais e tem causado problemas ambientais.

Philip Taylor e Alan Townsend, do Departamento de Ecologia e Biologia Evolucionária da Universidade do Colorado, nos Estados Unidos, verificaram que a proporção entre nitratos e carbono é resultado de processos microbianos que ocorrem em praticamente todos os ecossistemas.

Os pesquisadores analisaram dados de regiões tropicais, temperadas e polares, além de áreas conhecidas pela poluição por nitrogênio, como o golfo do México, o mar Báltico e a baía de Chesapeake (Estados Unidos).

Desenvolvemos um novo modelo para explicar como e por que o carbono e o nitrogênio estão tão intimamente relacionados. Os resultados ajudam a explicar por que a presença de nitratos é tão elevada em alguns corpos dágua e reduzida em outros, disse Taylor.

Apesar de o gás nitrogênio ser abundante na atmosfera, trata-se de uma forma não reativa e indisponível para a maior parte da vida no planeta. Mas, no início do século 20, entrou em cena um processo para transformar o nitrogênio em amônia, o principal ingrediente dos fertilizantes sintéticos usados na agricultura.

Atualmente são produzidos mais de 180 milhões de toneladas de fertilizantes por ano no mundo, sendo que a maior parte migra das plantações para a atmosfera, rios e oceanos.

O resultado é um conjunto de problemas ambientais que incluem o aumento de algas tóxicas, a morte de águas costeiras e sérios impactos na saúde humana - a presença de concentrações elevadas de nitratos na água consumida por humanos aumenta os riscos de desenvolver doenças como câncer, diabetes e Alzheimer.

Em resumo, em locais em que a presença de carbono orgânico tem níveis suficientes, os nitratos são mantidos em níveis baixos. Ao usarmos dados disponíveis, poderemos fazer avaliações de quando e onde a poluição por nitratos pode se manifestar, disse Townsend.

O artigo Stoichiometric control of organic carbon-nitrate relationships from soils to the sea (vol 464 | 22/4/2010 | doi:10.1038/nature08985), de Philip G. Taylor e Alan R. Townsend, pode ser lido por assinantes da Nature em www.nature.com.

Fonte: Agência FAPESP