Em uma carta aberta aos candidatos ao governo do estado, representantes de instituições de ensino que trabalham com a pesquisa e entidades ligadas à economia local propõem a criação de uma Secretaria Estadual de Ciência, Tecnologia e Inovação Tecnológica. O objetivo é que o novo instrumento possibilite o desenvolvimento da pesquisa científica no Rio Grande do Norte atraindo também investimentos de empresas privadas e do governo federal para as atividades econômicas do estado. O documento será entregue aos candidatos como forma de sensibilizá-los para a proposta.
Representantes de instituições federais estiveram ontem no Diário de Natal em uma visita ao diretor geral, jornalista Albimar Furtado, na qual explicaram suas intenções. Estiveram presentes os reitores Ivonildo Rêgo, da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN); Josivan Menezes, da Universidade Federal Rural do Semi-Árido (Ufersa); o diretor geral do Centro Federal de Educação Tecnológica (Cefet-RN), Francisco das Chagas Fernandes; o secretário regional da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC/RN), Nelson Marques; e o professor Antônio Capistrano, representando a Universidade Estadual do RN (UERN).
Josivan Menezes explica que o estado evoluiu na área de pesquisa em petróleo e gás, mas não conseguiu fisgar pesquisadores para a agricultura irrigada, que também está entre os produtos da pauta de exportações. ''Isso causa um prejuízo econômico para o estado, na medida que estes produtos não são trabalhados buscando uma melhoria na produção''.
Apesar da existência da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado (Fapern), Antônio Capistrano declara que a existência de uma secretaria traria mais força para alavancar os projetos que envolvem ciência. ''A secretaria teria mais independência, ao mesmo tempo que tem a possibilidade de buscar atração de recursos federais para o estado''. Para o secretário da SBPC, ''se houver esse compromisso, há possibilidade de aumentar a visibilidade e a inovação no RN, através da criação de uma política científica''.
O reitor Ivonildo exemplifica a importância deste investimento com a Fundação de Amparo à Pesquisa de São Paulo (Fapesp), primeira instituição brasileira deste tipo, criada pela USP. O trabalho da Fapesp é reconhecido pelo governo federal pelos resultados que produz, oferecendo recursos para o desenvolvimento ainda maior no estado. ''É preciso ter um setor que reagrupe todas essas ações neste sentido que existem hoje, como o centro de cerâmica e do camarão, para que elas não se percam''.