A cerimônia de apresentação dos novos Centros de Pesquisa, Inovação e Difusão (Cepids), apoiados pela Fapesp e por instituições de pesquisa paulistas, reuniu cerca de 300 pesquisadores paulistas no Palácio dos Bandeirantes, em São Paulo, nesta quinta-feira, dia 6. “Hoje é um dia histórico”, disse o governador Geraldo Alckmin, presente ao evento.
Os 17 novos Centros contarão com pelo menos R$ 1,4 bilhão por um período de 11 anos para realizar pesquisa competitiva em áreas estratégicas, com aplicação nos setores industrial e público, e difundir conhecimento para a sociedade, por meio de programas envolvendo, inclusive, alunos do ensino médio. “São Paulo investe mais em pesquisa que a Itália, o México, o Chile e a Argentina”, completou o governador.
“Dez dos 17 Centros têm sede em municípios da região – Araraquara, Campinas, São Carlos e Ribeirão Preto – evidenciando o processo de descentralização do conhecimento em curso no Estado”, afirmou Celso Lafer, presidente da Fapesp. Sete deles têm sede em Araraquara, São Carlos e Ribeirão Preto. “Oito Cepids desenvolverão projetos relacionados à área da Saúde, sete vão atuar nas áreas de Engenharias, Ciências da Natureza e Matemática e dois têm foco em Ciências Humanas”, detalhou Carlos Henrique de Brito Cruz, diretor científico da Fapesp.
Um deles, o Centro de Pesquisa para o Desenvolvimento de Materiais Funcionais (CDFM), sob responsabilidade do pesquisador Elson Longo da Silva, tem como sede o Câmpus de Araraquara da Unesp.
O Centro de Pesquisa para o Desenvolvimento de Materiais Funcionais é uma evolução do Centro Multidisciplinar para o Desenvolvimento de Materiais Cerâmicos, que recebeu apoio financeiro da Fapesp na primeira fase do Programa Cepid e teve como foco de pesquisa a síntese de materiais com composição química, microestrutura e morfologia controladas.
De outubro de 2000 a dezembro de 2012, a FAPESP havia financiado um primeiro conjunto de 11 CEPIDs. Oito dos novos centros representam continuidade em relação a redes contempladas no primeiro edital, sendo que a missão do Centro Mutidisciplinar para o Desenvolvimento de Materiais Cerâmicos, foi o apoio à pequena, média e grande indústria havendo uma reestruturação em materiais tradicionais e de alta tecnologia. Deve-se ressaltar o desenvolvimento dos polos cerâmicos de Santa Gertrudes em parceria com o CCB, cerâmica artística de Pedreira e Porto Ferreira, a Companhia Siderúrgica Nacional (CSN) e a indústria de refratários para vidros (Parceria com a White Martins). Por outro lado, resultou na consolidação de empresas “spin off” de alta tecnologia, Nanox e Kosmo Science. O CMDMC tornou nesta nova fase como CDMF, Centro de Desenvolvimento de Materiais Funcionais, com o objetivo de resolver problemas relacionados à síntese de novos materiais, com multifuncionalidade, principalmente, voltado à energia e saúde.
O novo centro utilizará essa competência para a pesquisa e desenvolvimento de materiais funcionais nanoestruturados, customizados para solucionar problemas relacionados à energia renovável, saúde e meio ambiente. O Centro contará com plantas-piloto de nanopartículas funcionais e estimulará a geração de novas empresas de base tecnológica. Oferecerá, ainda, programa de educação voltado para professores do ensino médio.
O Secretário de Desenvolvimento Econômico, Ciência e Tecnologia e de São Paulo, Rodrigo Garcia, adiantou que o governo paulista deverá publicar, nos próximos dias, a minuta de criação do Conselho Estadual de Ciência e Tecnologia, que será responsável pela discussão de um plano de governo para a pesquisa e desenvolvimento.