A Associação dos Docentes da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (Adufrgs) realizou ontem, no auditório do Instituto Latino-Americano de Estudos Avançados, o painel "Em Defesa da Fapergs". O evento integra as comemorações dos 25 anos da entidade, completados no último dia 17. A iniciativa visou discutir a falta de repasses do Estado à Fundação de Amparo à Pesquisa do Rio Grande do Sul (Fapergs), que suspendeu ou inviabilizou diversos programas, inclusive bolsas, devido à redução nos recursos. Conforme informações divulgadas pela Adufrgs, o artigo 236 da Constituição Estadual e a lei complementar 9.103/90 prevêem que 1,5% da receita líquida de impostos sejam repassados à pesquisa. No entanto, os últimos governos disponibilizaram apenas 30% do montante anual.
Em manifesto a ser entregue a parlamentares gaúchos, a comunidade científica lembra que a Fapergs foi constituída à imagem da Fundação de Amparo à Pesquisa de São Paulo (Fapesp), mas nunca conseguiu obter desempenho igual, sobretudo em função da falta de recursos. Os professores afirmam que as receitas vêm diminuindo nos últimos 12 anos. Desde o ano passado, os repasses ficaram ainda mais reduzidos, intensificando a crise da instituição neste ano. O corpo docente acredita que, se a Fapergs tivesse o tamanho da Fapesp, o Rio Grande do Sul estaria mais desenvolvido tecnologicamente.
Segundo a presidente da Adufrgs, Maria Aparecida Castro Livi, os cientistas gaúchos querem chamar a atenção dos parlamentares e do governo do Estado, evitando apelar à Justiça. "Queremos crer que o Legislativo e o Executivo serão sensíveis a essa demanda da comunidade científica, porque sem ciência e tecnologia não há desenvolvimento. A relação é direta", argumenta a dirigente de classe.
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Correio do Povo (Porto Alegre, RS)