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Redescoberta emocionante: Peixe raro, considerado extinto, é encontrado no litoral de SP (1 notícias)

Publicado em 24 de outubro de 2024

Por Suzana Machado

Uma descoberta impressionante reacendeu as esperanças na conservação da biodiversidade de peixes da Mata Atlântica.

Pesquisadores encontraram, no início deste ano, em Itanhaém, litoral de São Paulo, cinco exemplares do Leptopanchax itanhaensis , uma espécie de peixe anual que foi considerada possivelmente extinta desde 2007. O achado foi publicado recentemente na revista científica Biota Neotropica.

A espécie, que vive em águas escuras e ácidas com baixa concentração de oxigênio, foi encontrada em uma poça temporária e em uma vala na sub-bacia do Rio Preto. Esses ambientes extremos são naturais para a espécie, mas o fato de ter sido encontrada em uma vala de estrada levanta preocupações sobre a perda de habitat.

O pesquisador João Henrique Alliprandini da Costa, da UNESP, que liderou a pesquisa como parte de sua tese de doutorado, destacou a importância da descoberta. Segundo ele, apesar de ser comum para a espécie habitar poças temporárias, encontrá-la em valas artificiais, como as de estrada, é preocupante.

A ausência de mata ciliar e a possibilidade de poluentes tornam o ambiente hostil, agravando o risco de extinção da espécie. Além disso, a área natural onde a espécie foi redescoberta está sendo desmatada, o que ameaça ainda mais sua sobrevivência.

Os esforços de conservação agora se concentram em proteger esse habitat crítico. O peixe Leptopanchax itanhaensis, com seus machos medindo apenas 2,45 cm, é alvo não apenas da perda de habitat, mas também do comércio ilegal, devido à sua aparência única. A redescoberta trouxe uma nova urgência para a proteção desses ambientes frágeis e destacou a necessidade de estudos contínuos sobre a biologia da espécie.

Os pesquisadores planejam continuar monitorando os peixes para entender melhor seu comportamento, reprodução e genética. Além disso, o estudo alerta para a preservação dos últimos remanescentes de Mata Atlântica, que abrigam uma biodiversidade única.

Peixes anuais, como o Leptopanchax itanhaensis, têm uma característica curiosa: vivem em ambientes temporários, como poças, e dependem das estações secas e chuvosas para completar seu ciclo de vida. Os adultos depositam seus ovos no fundo dessas poças, morrendo quando a água seca. Quando as chuvas retornam, os ovos eclodem, e uma nova geração de peixes dá continuidade ao ciclo.

Esses peixes são populares entre aquariófilos e são encontrados tanto nas Américas quanto na África. No Brasil, são conhecidos por vários nomes, como peixe do céu ou peixe da poça

A pesquisa faz parte da tese de doutorado de Costa, com a orientação de pesquisadores da UNESP e da Universidade Santa Cecília, contando também com o apoio de instituições como a FAPESP e o INCT-ADAPTA II. A contribuição de moradores locais, como Tuca, que acolhe os cientistas durante os estudos de campo, foi essencial para o sucesso da pesquisa.

Administradora por formação, se envolve em causas animais e participa de campanhas para dar abrigo aos animais abandonados. Nas horas vagas, escreve as melhores postagens sobre pets e outros bichinhos adoráveis.