Esse recurso não só faz a diferença nas organizações, como e um marco divisório entre os paises desenvolvidos e os emergentes. Em artigo recente na imprensa brasileira, Koichiro Matsuura, diretor-geral da Unesco (Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura), ressalta a necessidade de um maior compartilhamento do conhecimento:e cita como exemplo o caso dos paises asiáticos que passaram por um processo de aceleração da economia nas ultimas décadas, graças a implementação de uma política de investimento na educação, na melhoria da qualificação da produtividade e na atração de indústrias com alto valor agregado. Entretanto, assinala que esse tipo de política só apresenta' resultados quando o conhecimento beneficia diferentes camadas da população. Esse processo deve ocorrer não só entre indivíduos e organizações, mas também no âmbito internacional.
O sociólogo Manuel Castells, em seu livro Sociedade em Rede, constata que o compartilhamento do conhecimento entre as nações intensificou-se no que tem sido chamado de revolução da tecnologia de informação, quando as instituições e a sociedade como um todo interligaram-se em redes digitais.
No Brasil, centros de pesquisa centenários da área da saúde constituíram-se em exemplos emblemáticos da combinação entre a pesquisa e a difusão do conhecimento em beneficio compartilhamento conhecimento nações intensificou-se que tem sido chamado revolução da de informação" da população. É o caso dos institutos de pesquisa de renome internacional como o Instituto Oswaldo Cruz, no Rio de Janeiro, o Instituto Biológico e o Instituto Butantã, em São Paulo. A área das ciências da saúde, pela forte contribuição que traz para a melhoria da qualidade de vida da população, induz também a formação de redes de pesquisa nacionais e internacionais, algumas delas formadas por pesquisadores pertencentes a universidades brasileiras.
Os estudos de dois pesquisadores da Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP), Parker e Meneguini, em artigo publicado na Revista Pesquisa da FAPESP, em fevereiro de 2007, reforçam essa constatação, demonstrando a qualidade da pesquisa no país nas áreas de cardiologia, neurociências entre outras, estabelecendo uma troca regular de conhecimentos com outros centros de pesquisa de renome mundial e divulgando os resultados em revistas especializadas com circulação internacional.
Esse caso é um exemplo de como países emergentes têm condições de se projetarem no cenário mundial, desde que seus governos mantenham uma política de apoio à pesquisa, numa perspectiva de médio e longo prazo.
O Brasil, com sua taxa média de investimentos em ciência e tecnologia (1,0% do PIB), precisa ampliar diversificar substancialmente os re cursos destinados à pesquisa e inovação, se pretende participar do grupo de países geradores de conhecimento.
Cecília Carmen Cunha Pontes é Prof do Mestrado em Ciências Contábeis da FECAP e, Doutora em Ciências Social pela USPO com Pós-Doutorado em'Cambridge. e-mail: cpontes@fecap.br
Notícia
Gazeta Mercantil