Mais de 60 pesquisadores de oito países incluindo, além do Brasil, Argentina, Bolívia, Costa Rica, Espanha, México, Portugal e Uruguai, formaram a rede acadêmica CannaLatan com o objetivo de promover a investigação científica sobre os efeitos terapêuticos dos canabinoides em doenças neurodegenerativas e neuropsiquiátricas A iniciativa inclui grupos de pesquisa básica e clínica, além de empresas farmacêuticas especializadas.
A rede será coordenada pelo Instituto de Neuroquímica da Universidade Complutense de Madrid e terá a participação da USP sob a liderança do professor Francisco Silveira Guimarães, da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto e com participação também de renomados pesquisadores brasileiros. Em entrevista à Agência Fapesp, Francisco declarou que o Brasil é pioneiro no estudo do canabidiol e que foi tema de pesquisa iniciado há 30 anos quando ainda havia preconceito devido à associação da substância com a maconha.
O grupo multidisciplinar da CannaLatan também conta com o apoio do Programa Iberoamericano de Ciência e Tecnologia para o Desenvolvimento (Cyted) criado para cooperação de temas de ciência, tecnologia e inovação entre governos dos países envolvidos.
De acordo com a divulgação do Cyted, os objetivos da nova rede são:
Estudo dos efeitos de canabinoides em modelos pré-clínicos de doenças neurodegenerativas (por exemplo, Alzheimer, Huntington e Parkinson)
Estudos de caracterização genética do sistema endocanabinoide em doenças neurodegenerativas e psiquiátricas
Desenvolvimento de extratos padronizados de fitocanabinoides e desenvolvimento de novas moléculas de canabinoides
Promoção de pesquisas em neurobiologia e farmacologia nas instituições participantes, formação de pesquisadores e desenvolvimento profissional