Ao contrário da antiga cantilena dos pesquisadores, Luiz Antônio de Oliveira Nunes diz que as verbas são suficientes para os projetos de pesquisas existentes. O trabalho com o cristal compacto foi feito com financiamento da Fapesp (Fundação de Amparo a Pesquisa do Estado de São Paulo).
"Pesquisa, tecnológica tem um custo muito elevado, mas o financiamento hoje está mais fácil, o que colabora para uma grande produção de conhecimento e permite que hoje a USP se equipare a grandes universidades do primeiro mundo", diz Nunes.
O pesquisador cita como exemplo uma Linha de financiamento da Fundação para alunos desenvolverem projetos e até abrirem empresas para a produção de equipamentos, desde que a viabilidade seja comprovada.
Ele diz que não falta competência aos pesquisadores brasileiros. "Talvez falte um pouco de experiência, mas competência, não", afirma. Segundo o pesquisador, também falta mais divulgação, por parte das universidades, das descobertas ocorridas. "As universidades dos Estados Unidos mantêm departamentos de marketing que cuidam exclusivamente da divulgação".
Ele constata também que há pouco interesse da indústria nacional em realizar pesquisas. Novamente utilizando os EUA como exemplo, Nunes aponta que lá 80% dos investimentos em pesquisas são da iniciativa privada, enquanto no Brasil este investimento é mínimo. Isso porque as empresas têm interesse na rapidez e no segredo de uma pesquisa própria.
Também falta interesse petas descobertas tecnológicas. "As universidades têm muita coisa na estante porque as empresas não se interessam em produzir", afirma.
Mas é ele também quem garante que o país precisa desenvolver tecnologia nacional para reduzir importações, que além de economizar divisas, facilita a adaptação destas tecnologias. "Hoje temos uma dependência tecnológica muito fone e que precisa ser reduzida".
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A Cidade (Ribeirão Preto)