SÃO CARLOS - Foi realizada na manhã de terça-feira (22) uma demonstração do projeto Carina (Carro Robótico Inteligente para Navegação Autônoma). Foi o primeiro teste de um veículo autônomo em vias públicas, na América Latina.
O evento faz parte da programação da Semana Nacional de Ciência e Tecnologia em São Carlos, e a demonstração aconteceu com a autorização e apoio das secretarias municipais de Transporte e Trânsito e de Desenvolvimento Sustentável, Ciência e Tecnologia de São Carlos.
Durante o teste, o veículo percorreu a Avenida Comendador Alfredo Maffei (próxima ao Sesc) escoltado por agentes de trânsito, que garantiram a segurança e a distância necessária de outros veículos que transitavam na mesma via.
De acordo com o coordenador do projeto, o pesquisador e professor Denis Wolf, os testes realizados seguem um protocolo para garantir a segurança e a principal finalidade do projeto é reduzir acidentes de trânsito. "Seguindo o protocolo, há sempre um motorista dentro do carro pronto para frear ou assumir o controle, caso haja problema nos sistemas computacionais. O Carina é um carro comum que foi adaptado, dotado de sensores que informam ao veículo o que está acontecendo ao seu redor. Uma série de modificações mecânicas permite que o carro seja controlado por computador. Se há um obstáculo, pessoa atravessando a rua ou um veículo parado à sua frente, os sensores enviam as informações aos computadores, fazendo com que o veículo pare, vire ou acelere", destacou o pesquisador.
O projeto Carina é desenvolvido pelo INCT-SEC através do Laboratório de Robótica Móvel (LRM) do Instituto de Ciências Matemáticas e de Computação (ICMC) com a colaboração do Laboratório de Sistemas Inteligentes (LASI) da Escola de Engenharia de São Carlos (EESC) e o Laboratório de Sistemas Embarcados Críticos (LSEC) do ICMC, todos da USP em São Carlos, e recebe o financiamento do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp).
O carro possui sistemas que permitem sua locomoção automática, sem a necessidade de um motorista, composto por sistemas de percepção como sensor laser, câmeras e GPS, sistema de atuação, como os motores e circuitos eletrônicos e programas que fazem o controle de comando.
Possui também o sistema de processamento, composto por dois computadores que recebem as informações da percepção e tem as decisões de acelerar, frear ou virar o volante. Juntos esses mecanismos fazem o veículo navegar de forma segura e eficiente.
Atualmente, o protótipo em produção é capaz de percorrer ruas e avenidas mantendo uma distância segura de outros veículos e de identificar os semáforos em seu caminho, respeitando os sinais vermelhos e avançando nos verdes.
"Durante os testes nas ruas da cidade, a guarda de trânsito manterá outros veículos afastados do Carina para garantir a segurança desses casos", explica o pesquisador.
A velocidade do veículo de testes é limitada a 40km/h e há sempre um motorista dentro do carro preparado para frear ou assumir o controle caso haja problema nos sistemas computacionais. Para que a autonomia funcione é necessário que os algoritmos desenvolvidos sejam rápidos o suficiente a fim do computador tomar decisões corretas em um curto intervalo de tempo.
"Caso uma criança atravesse na frente do carro atrás de uma bola, por exemplo, o mesmo deve observar isso através das câmeras e sensores, identificar a situação de risco elevado, decidir qual ação deve ser feita e enviar os comandos corretos para acionar o freio ou o volante em menos de um segundo", explica o pesquisador.
Fonte
Portal do Trânsito