Foi realizada na Câmara de Capão Bonito, na tarde do último dia 17 de maio, a audiência pública em que foi apresentada a proposta de criação do Parque Estadual Nascentes do Rio Paranapanema.
A audiência foi convocada pelo Conselho Estadual do Meio Ambiente e a proposta de criação do parque é de responsabilidade da Fundação Florestal.
Se aprovado o novo parque ocupará uma área de cerca de 10 mil alqueires dentro do município de Capão Bonito, mas poderá ser ampliado com inclusão de um território de Ribeirão Grande.
Dentro do novo Parque estarão cerca de mil nascentes, dentre elas as nascentes do rio Paranapanema, um dos principais rios do Estado em termos de geração de energia e abastecimento de água.
Além de preservar as nascentes, a área a ser ocupada pelo novo parque é de elevado nível de riqueza biológica, com mais de 50 espécies ameaçadas de extinção, dentre elas o cachorro-do-mato-vinagre, a onça-pintada, o mono-carvoeiro e o veadobororo.
Os especialistas do programa Biota/Fapesp apontam a área como a que reside a última população viável de onça pintada da Mata Atlântica brasileira.
Além da preservação da vegetação nativa e das nascentes do rio, a criação do Parque Estadual tem o objetivo de desenvolver o turismo ecológico e cultural na região, valorizando as comunidades locais e gerando alternativas sustentáveis de emprego e renda.
Com a implantação do parque, também aumenta o repasse de recursos de ICMS Ecológico para os municípios envolvidos no projeto, contribuindo assim para o desenvolvimento socioeconômico da região.
Apesar do aumento previsto no ICMS Ecológico, políticos da região defenderam na audiência pública uma maior valorização para os municípios que cedem suas áreas para criação de um parque.
“Um parque como o PENAP é muito importante para todo o Estado e para o país, mas sua criação afeta significativamente o território de um município eminentemente agrícola como Capão Bonito. Atualmente as compensações são ridículas e nos sentimos desvalorizados. Os municípios não podem mais ficar somente com os ônus da criação dos parques.
Se o Estado quer ter aliados para manutenção dos parques precisa efetivamente valorizar os municípios em que eles estão instalados, pois a restrição de desenvolvimento econômico destes municípios fica prejudicada”, afirmou o vice-prefeito de Capão Bonito, Marco Citadini.