O músico Rafael Hiroshi Fuchigami, tocador profissional de shakuhachi, teve a honra de fazer parte do livro publicado pela Universidade de Música de Tokyo, com apoio do Ministério da Cultura do Japão, resultado de um projeto de Gestão Artística de Música e Arte Tradicional do Japão e da Ásia. Entre as páginas 110 e 113 tem um capítulo escrito por ele, em que analisa o processo de difusão do shakuhachi pelo mundo e as mudanças que vem ocorrendo no cenário do shakuhachi no Brasil nos últimos anos. No belíssimo vídeo acima, Rafael participa do Ensemble Japan Project, um projeto do amigo e músico Katsu-san tocando a música Ghost of Tsushima.
Doutor (PhD) em Música pela Universidade de Música de Tokyo, Pesquisador no Centro de Etnomusicologia da mesma universidade, membro da Pro Musica Nipponia (Nihon Ongaku Shudan), Bacharel em Música (Flauta Transversal, 2011) e Mestre em Música (2014) pelo Programa de Pós-Graduação do Instituto de Artes da Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP), como bolsista da FAPESP, Rafael é natural de São José do Rio Preto, São Paulo.
Rafael é membro da Associação de Educação Musical do Japão, Associação de Música Asiática do Japão, Sociedade Portuguesa de Investigação em Música, European Shakuhachi Society, The International Shakuhachi Kenshu-kan, Sugawara Hougaku Kenkyushitsu, e da Tenpuku Doko-kai de Kagoshima.
No dia 22 de janeiro Rafael realizou um workshop de shakuhachi em São Paulo, no Kyodo Minyo Kaikan. Devido ao aumento dos casos de covid, omicron e influenza, o número de participantes foi limitado como medida de segurança. Junto com workshop Rafael realizou um Mini-Concerto com Shakuhachi e com duas Flautas Medievais Japonesas: Tenpuku e Hitoyogiri.
Foi ministrado técnicas básicas de shakuhachi o repertório de tradição meditativa Honkyokyu, a história do shakuhachi, Tenpuku e Hitoyogiri. Além da abordagem técnica, Rafael conversou a respeito da estética da música japonesa, tradições do Japão, bem como apresentar o conteúdo das pesquisas que realiza no Japão.
Em janeiro de 2022, Rafael participou de uma gravação no Pavilhão Japonês do Parque do Ibirapuera em São Paulo, considerado símbolo da cultura e tradição japonesa no Brasil. A gravação é para um programa musical que será disponibilizado na internet ainda neste ano. O objetivo de Rafael foi levar o repertório tradicional do shakuhachi, koto e shamisen para o público no Brasil.
Rafael atuou em 2013, como solista na estreia mundial da obra “Musashi” – Poema Sinfônico para Shakuhachi e Orquestra-, do compositor Tomaz Vital, sob regência do maestro Daisuke Shibata, juntamente com a Orquestra Sinfônica da UNICAMP. No mesmo ano, estudou shakuhachi por 6 meses no Japão no The International Shakuhachi Kenshu-kan e no Sugawara Hogaku Kenkyushitsu, com financiamento da FAPESP.
Recebeu em 2015 uma bolsa de estudos da Nippon Foundation para estudar por 5 anos no Japão. Aprimora os estudos com shakuhachi sob tutela dos mestres Kaoru Kakizakai e Kuniyoshi Sugawara, desenvolvendo repertório de peças tradicionais do shakuhachi (Koten Honkyoku), Música de Câmara Tradicional (Sokyoku e Jiuta), Música Moderna Japonesa (Shin-Nihon Ongaku), bem como Música Contemporânea Japonesa (Gendai Ongaku). No repertório de música de câmara recebe orientações das professoras Shoko Izumiyama e Hisako Naito.
Ingressou no Programa de Pós-Graduação da Universidade de Música de Tokyo, em 2016 onde desenvolveu a pesquisa de Doutorado “A construção de japonesidades no processo de aprendizado do shakuhachi no Brasil”. Em 2018 foi aprovado na audição da Nihon Ongaku Shudan (Pro Musica Nipponia, a principal orquestra de instrumentos tradicionais do Japão) e se tornou membro oficial do grupo.
Além da orquestra, Rafael desenvolve amplamente concertos de música de câmara em colaboração com instrumentos tradicionais japoneses (koto, shamisen, etc.), e desenvolve em Tokyo a série de concertos “Ongaku no deai – Encontro Musical“, que já ultrapassou a 4a edição, juntamente com Senshi Matsunami, tocadora de koto, shamisen e Kamigata-uta.
Em 2019 recebeu o título de Shihan de Shakuhachi (Professor de Shakuhachi) pelo The International Shakuhachi Kenshu-kan. Realiza parcerias com instrumentos ocidentais, tocando repertório de música clássica, música brasileira, entre outros. Realizou concerto de shakuhachi no Brasil, Argentina e Japão (Tokyo, Kagoshima, Kumamoto, Hokkaido, Hamamatsu, Mie, Nagano, etc.). Tem como objetivo pessoal a preservação da cultura tradicional japonesa e a difusão do shakuhachi para o maior número de pessoas.
Concluiu o Doutorado em Música em 2020, se tornando o primeiro aluno da Universidade de Música de Tóquio a concluir um Doutorado na Área de Educação Musical. Após se formar, passou a trabalhar como Pesquisador no Instituto de Etnomusicologia da Universidade de Música de Tóquio.
Em 2021, torna-se membro da organização JSPN (Japan Shakuhachi Professional-players Network). Foi contemplado com financiamento da Kawai Foundation para realizar pesquisas sobre o shakuhachi na Biblioteca Nacional do Japão e também realizar atividades musicais e acadêmicas no Brasil no ano de 2022.
Para saber mais sobre Rafael Hiroshi Fuchigami, acesse o link do seu blog: https://rafaelfuchigami.blogspot.com/
Da Redação by Cleo Oshiro