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R$ 32 milhões são investidos em novo centro para produção de hidrogênio verde (52 notícias)

Publicado em 18 de novembro de 2024

Unidade do Governo do Estado vai desenvolver processos de produção, armazenamento, transporte, distribuição e uso do produto; ação integra pacote de iniciativas de energia limpa

O Governo do Estado de São Paulo criou um centro de pesquisa avançada para promover energias limpas e contribuir com o combate às mudanças climáticas. Acaba de ser lançado o Centro de Ciências para o Desenvolvimento de Energias Renováveis e Combustíveis do Futuro (CCD – ERCF), que ficará nas instalações do Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT). O novo centro tem como missão principal promover a produção e o uso do hidrogênio de baixo carbono, uma fonte de energia com potencial de descarbonizar a economia e reduzir as emissões dos gases de efeito estufa (GEE) na atmosfera.

O Governo aportou R$ 32 milhões no projeto, sendo R$ 9 milhões financiados pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP); R$ 11 milhões do IPT e da Secretaria de Meio Ambiente, Infraestrutura e Logística (Semil); mais R$ 12 milhões de recursos financeiros da Secretaria de Ciência, Tecnologia e Inovação. A verba será usada em infraestrutura, equipamentos, pesquisa e treinamentos.

O CCD terá apoio técnico da Semil, que definiu o centro como estratégico junto à FAPESP e atuará no seu desenvolvimento, sob coordenação do IPT. O projeto avaliará diferentes aspectos da produção, armazenamento, transporte, distribuição, uso e regulamentação do hidrogênio de baixo carbono. Esse produto é apontado como umas das soluções para a descarbonização, com aplicações que vão desde a geração de eletricidade até o uso em processos industriais e no transporte.

A subsecretária de Energia e Mineração da Semil, Marisa Barros, destaca a importância dessa iniciativa para o futuro sustentável do estado. “Estamos em um momento crucial para investir na pesquisa e no desenvolvimento de tecnologias buscando inovações que no futuro farão parte da estratégia de mitigação das nações rumo à neutralidade de carbono. Com este projeto, estamos construindo as bases para um futuro mais limpo, seguro e sustentável”, afirma Marisa.

O diretor-presidente do IPT, Anderson Correia, também reforça o compromisso do instituto com o desenvolvimento de soluções tecnológicas voltadas para a sustentabilidade. “O IPT tem a responsabilidade de buscar alternativas que contribuam de forma significativa para a descarbonização global. Esse centro é um grande passo nessa direção”, declara.

Estratégia de descarbonização

Esse investimento faz parte de uma estratégia mais ampla do governo de São Paulo para apoiar iniciativas que promovam o uso de energias renováveis e reduzam a emissão de gases do efeito estufa. O hidrogênio de baixo carbono, considerado uma das grandes apostas para o futuro energético, será essencial para atender às metas de sustentabilidade do estado.

O biometano também é uma aposta importante, identificada em um estudo desenvolvido pelo Governo de São Paulo com a Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo). O levantamento detectou um grande potencial para a cadeia do biometano no estado. Com a adoção de incentivos, investimentos e políticas de fomento, o setor pode contribuir para a redução dos gases de efeito estufa e gerar mais de 20 mil empregos com o aumento da produção desse combustível renovável.

A CETESB (Companhia Ambiental do Estado de São Paulo), apresentou procedimentos específicos de licenciamento ambiental das plantas de produção de biocombustíveis no Estado de São Paulo a partir da cana-de-açúcar e de resíduos sólidos. “Estamos padronizando e agilizando os processos de obtenção de licenças para produção de energia limpa, contribuindo para as metas de descarbonização do estado”, explica Thomaz Toledo, diretor-presidente da CETESB.

O mercado tem reagido aos estímulos oferecidos, com a inauguração de várias iniciativas. No último dia 6 de novembro foi inaugurada uma usina de biometano em Caieiras, na Região Metropolitana de São Paulo. A planta, com capacidade instalada para produção de aproximadamente 70 mil m³/dia do biocombustível, processará o biogás captado pela Solví Essencis, em sua Unidade de Valorização Sustentável (UVS), um dos maiores aterros sanitários do mundo. Com 3,5 milhões de metros quadrados, a área recebe 10,5 mil toneladas diárias de resíduos, principalmente da Grande São Paulo e de outros municípios.

A unidade evitará a emissão de cerca de 300 mil toneladas de CO₂ equivalente por ano, contribuindo para a transição energética e descarbonização das indústrias da região. Além disso, a planta poderá emitir créditos de carbono.

A Toyota do Brasil lançou, no dia 31 de outubro, a pedra fundamental de sua segunda fábrica de Sorocaba (SP), que permitirá à montadora introduzir novos modelos híbridos flex. A unidade, com terreno de 400 mil m², o equivalente a 40 campos de futebol, terá área construída de 160 mil m² e promete gerar 2 mil novos empregos diretos e 10 mil indiretos até 2030. O início das operações está previsto para 2026. A ampliação do parque industrial faz parte do pacote de investimentos de R$ 11 bilhões que a montadora japonesa anunciou no Brasil até 2030, incentivada pelo programa Pró Veículo Verde, do Governo de São Paulo, que estimula o desenvolvimento de veículos menos poluentes por meio da liberação de créditos acumulados de ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Prestação de Serviços).

No próximo dia 6 de dezembro, em Cubatão, será celebrado pela Yara, líder em nutrição de plantas, o início da produção de amônia renovável, fertilizando de baixíssimo carbono no Brasil, utilizando biometano. Para a secretária de Meio Ambiente, Infraestrutura e Logística de São Paulo, Natália Resende, São Paulo está na vanguarda da transição energética. “Estamos buscando parcerias, garantindo todos os estímulos e investindo para acelerar a descarbonização em nosso estado. Na logística, por exemplo, estamos investindo quase R$ 300 milhões nas obras de ampliação da capacidade de escoamento da Hidrovia Tietê-Paraná. Outro exemplo é o sistema de Travessias Litorâneas: a nova parceria público-privada, que está em fase de modelagem, exigirá que as embarcações sejam substituídas por versões sustentáveis”, exemplifica.