Crescer é fácil? Ampliar o impacto de um negócio criado a partir do zero não é, definitivamente, uma tarefa simples. Apenas 10% dos empreendedores consegue construir uma empresa com mais de 10 funcionários, e só 1% dos negócios sustenta taxas de crescimento acima de 20% por três anos seguidos, de acordo com o IBGE.
O que podemos aprender com esse 1% que conseguiu romper as barreiras para o crescimento acelerado? Talvez uma das maiores lições que seus empreendedores nos dão é justamente o ato de buscar ajuda externa. Por incrível que pareça, quase metade dos donos de negócio não procura nenhum tipo de auxílio para resolver seus problemas.
Via de regra, um empreendedor tem pouca (ou nenhuma) oportunidade de trocar experiências com quem já viveu desafios similares. Do outro lado, nunca antes na história deste país houve tanta disponibilidade de recursos e programas de apoio para quem precisa montar ou desenvolver uma empresa. Entretanto, vivemos num aparente paradoxo: se você perguntar para muitas das entidades de apoio, vai reparar no tamanho da dificuldade que elas enfrentam para atrair a atenção dos empreendedores que estão equilibrando vários pratinhos no dia-a-dia.
Mas, antes de correr atrás, vale a pena uma parada para auto-reflexão: qual é mesmo o meu problema? Vejo muitos empreendedores que “terceirizam” até mesmo essa etapa, iniciando a conversa com entidades de apoio com perguntas abertas na linha “como você pode me ajudar?”. A resposta será fatalmente tão genérica quanto a pergunta. Bom, vamos às sugestões?
1. Endeavor: hoje mais de dois milhões de empreendedores procuram os vídeos e artigos disponíveis gratuitamente no seu portal. Há também uma seção de cursos online (pagos). Cadastrando-se e mantendo as informações sobre a empresa atualizadas é possível ter acesso a programas especiais de aceleração e apoio a empreendedores.
2. Sebrae: nenhum país do mundo tem uma instituição de promoção ao empreendedorismo com tanta penetração geográfica e variedade de programas como o Sebrae tem no Brasil. Fica a dica para o Empretec e, se você tiver uma empresa de pequeno porte, o Sebrae Mais.
3. Aceleradoras e incubadoras: quase toda cidade grande hoje tem uma ou mais dessas entidades que apoiam startups com mentoria, espaço compartilhado e, em alguns casos, capital. Vale a busca por aquela que tem mais o seu perfil.
4. Governo: BNDES, FINEP, Startup Brasil, SEED, FAPESP. O governo federal e estados, como Minas Gerais, tem programas estruturados para apoiar ou financiar empreendedores. Você já pesquisou o que e como o governo pode te apoiar?
5. Bancos: acredite, o seu banco é o maior interessado em fazer o seu negócio rodar bem. Vários bancos comerciais tem programas de desenvolvimento de empreendedores, linhas de crédito específicas e alguns gerentes são excelentes mentores.
Há muito mais recursos disponíveis além dos que citei aqui e uma boa pesquisa na internet trará opções, mas só encontra ajuda quem corre atrás. Ao fazer isso, tenha em mente seu propósito como empreendedor: resolver um problema que impacte muita gente, empregar pessoas ou ser mais independente.
Não importa qual seja: lembre sempre que você tem um papel fundamental para o desenvolvimento do país e que vai além do quanto sobra no caixa da empresa no fim do dia. Isso vai motivar as pessoas a sua volta a te estender a mão!
Diretor geral da Endeavor Brasil