Estudos atestam que a prática de atividade física preserva os músculos e a disposição mesmo diante de um tumor
"Um tumor tenta extrair a proteína no músculo esquelético para crescer ”, introduz o educador físico Christiano Alves, da Universidade de São Paulo (USP), em entrevista à Agência Fapesp. Isso gera uma perda considerável de massa muscular, que vem acompanhada de fraqueza e fadiga — quadro conhecido como caquexia. Contudo, em um experimento com ratos, Alves e colegas descobriram que práticas aeróbicas podem neutralizar esse processo e normalizar a função dos músculos. Dados preliminares de seres humanos com câncer de pulmão respaldam a tese.
Cientistas europeus, americanos e australianos se uniram em uma grande empreitada: eles consolidaram 31 pesquisas clínicas que investigaram o impacto de suar a camisa no controle da exaustão associada ao câncer. Com base em informações de 4 366 pacientes, ficou claro que manter o corpo em movimento confere disposição mesmo durante o tratamento. E tem um detalhe: “ Treinos supervisionados apresentaram efeitos ainda mais positivos ”, conta o epidemiologista Jonna van Vulpen, da Universidade de Utrecht, na Holanda, coautora da revisão.