Estiagem se intensifica no estado do Amazonas e número de municípios em situação de emergência sobe para 60, prejudicando mais de 600 mil pessoas.
A informação é de Clima info
A Defesa Civil do Amazonas atualizou na última 4ª feira (25/10) a lista de municípios em situação de emergência por conta da . Até a tarde de anteontem, o estado somava 60 cidades sob emergência hídrica e apenas dois municípios em situação de normalidade (Presidente Figueiredo e Apuí). O g1 deu mais detalhes.
Para quem sofre com os , o cenário é surreal: em plena floresta tropical , cortada por uma das maiores bacias hidrográficas do planeta, muitas pessoas estão sem água há semanas. Os rios secos isolaram comunidades inteiras no interior da floresta , que contam as gotas do que sobrou de água potável para beber.
Entre as comunidades afetadas, os indígenas sofrem ainda mais, debilitados pela deficiência estrutural no atendimento de suas necessidades e direitos básicos pelo poder público. “A sensação é de que a água está fervendo”, relatou Rosivaldo Miranda , do Povo Piratapuya , morador de Açaí-Paraná , no Baixo Rio Uaupés , citado pela Mídia Ninja . “Estamos com diarreia e dor de cabeça. E está descendo mais sujeira dos igarapés”.
Para dificultar, como o InfoAmazonia abordou, as pessoas também convivem com a fumaça dos incêndios florestais , que ganharam força com o tempo seco. “Estamos sentindo muito as fumaças e fica mais difícil porque não temos água para lavar a garganta”, disse a artesã Terezinha Ferreira , do Povo Sateré-Mawé
Se o cenário atual já é difícil, a expectativa é de que ainda demore algum tempo para que as chuvas voltem a cair na Amazônia . “A previsão para o próximo trimestre é semelhante ao quadro dos últimos meses: a seca continua na Amazônia e as chuvas persistem no Sul”, disse Gilvan Machado , coordenador-geral de Ciências da Terra do INPE , à Deutsche Welle
Isso porque a Amazônia , bem como a maior parte do planeta, ainda estará sob a influência do fenômeno climático El Niño . Um dos efeitos do aquecimento das águas do Pacífico Central sobre o clima global é a redução das chuvas no Norte e Nordeste do Brasil, ao mesmo tempo em que o Sul recebe mais água. Para especialistas, a seca atual na Amazônia também tem relação com a crise climática.
“Neste ano, observamos ainda que os impactos do El Niño podem estar combinados com a situação do Oceano Atlântico Tropical Norte , que influencia no aumento das chuvas acima do Equador, mas diminui ainda mais as precipitações na Amazônia ”, explicou Regina Alvalá , do Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (CEMADEN) , durante evento da FAPESP
Em tempo : A seca histórica na região amazônica não impediu que prefeituras da região desembolsassem milhões de reais nas últimas semanas para pagar cachê de estrelas do piseiro e do forró . De acordo com o Estadão , municípios como Nova Aripuanã Tabatinga Nova Olinda do Norte e Apuí pagaram ao menos R$ 2,77 milhões para nomes como Zé Vaqueiro Xand Avião e João Gomes . Essas mesmas prefeituras pediram mais de R$ 620 milhões em recursos da União para remediar os efeitos da seca