O estado de São Paulo forma 68% dos doutores e um terço dos mestres do País, graças a um orçamento anual para o setor de Ciência e Tecnologia da ordem de US$ 2 bilhões, que corresponde a 35% do investimento nacional. A produção científica paulista é tocada por um batalhão de 16.301 pesquisadores e docentes, sendo 15.064 cientistas de instituições de pesquisa e 1.237 engenheiros, empregados por empresas privadas.
Estas são algumas das principais conclusões de um amplo levantamento realizado pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp), um retrato instantâneo do ano de 1995, mas bastante atualizado. "Mesmo que a União passe por algumas dificuldades e cortes, o investimento em Ciência e Tecnologia do estado de São Paulo não deverá mudar muito", afirma Francisco Landi, diretor-presidente da entidade.
Há uma explicação. Em 1995, o governo estadual dedicou US$ 707 milhões ao setor, US$ 81,1 milhões à mais que o governo federal. A constituição paulista determina que o governo reserve cerca de 10,5% do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) para pesquisa, sendo que 9,5% vão para as três universidades estaduais (USP, Unesp e Unicamp) e o restante para projetos ligados à Fapesp.
O volume principal de pesquisas concentrou-se em três universidades estaduais, duas federais (Escola Paulista de Medicina e Universidade Federal de São Carlos), 18 institutos de pesquisa estaduais e dois federais. Foram registradas 409 empresas que investem em Ciência e Tecnologia (62,8% do total nacional).
Ainda segundo o levantamento da Fapesp, os pesquisadores de São Paulo assinaram 15.666 artigos de revistas científicas, capítulos de livros e trabalhos publicados em anais nacionais. A produção apresentada em publicações estrangeiras chegou a 6.708 artigos. Mais impressionante: cientistas paulistas conseguiram 66% dos registras de patentes nacionais. Entretanto, apenas um sexto das patentes solicitadas em São Paulo (3.531) conseguiu obter efetivamente registro em 1996. No Brasil, no mesmo período, essa média cai para um registro a cada sete patentes solicitadas.
O estudo da Fapesp também mostra a disparidade no número de doutores formados nas várias áreas acadêmicas. Dos 1.705 doutorados defendidos no estado em 1995, 367 foram em Ciências da Saúde, seguidas pelas Ciências Exatas e da Terra (316). as Ciências Humanas (251), Ciências Biológicas (206), Engenharia/Tecnologia Ciências Sociais aplicadas (148), Ciências Agrárias (147), Letras e Lingüística (80) e Artes (9).
Notícia
Gazeta Mercantil