Constatação vem do relatório “Deep Techs Brasil 2024”, elaborado pela consultoria Emerge, em parceria com o Cubo Itaú e a CAS
O Brasil possui atualmente cerca de 900 deep techs – startups com foco em inovação baseada em avanços científicos e que buscam superar grandes desafios de desenvolvimento. Quase 70% dessas startups estão concentradas na região Sudeste, especialmente em São Paulo, devido ao apoio de programas como o Programa Pesquisa Inovativa em Pequenas Empresas (Pipe) da FAPESP. Essas constatações vêm do relatório “Deep Techs Brasil 2024”, elaborado pela consultoria Emerge, em parceria com o Cubo Itaú e a CAS.
Segundo o relatório, o desenvolvimento dessas startups é impulsionado pela colaboração com universidades renomadas, como USP, Unicamp e ITA, que formam um ambiente propício à inovação tecnológica. No entanto, o crescimento dessas empresas enfrenta um obstáculo importante: enquanto 30% delas avançaram para as fases de comercialização e expansão, muitas deep techs levam mais de cinco anos para sair do estágio inicial de desenvolvimento.
Desafios de financiamento e dependência de apoio público
O relatório destaca que 70% dos investimentos nas deep techs brasileiras vêm de subvenções, fomento público e investidores-anjo. Muitas startups dependem desses recursos devido à alta taxa de risco e ao tempo prolongado necessário para amadurecer suas tecnologias. Instituições como FAPESP, Finep, Sebrae e Embrapii têm desempenhado papéis fundamentais no ecossistema de inovação, enquanto o setor privado ainda reluta em investir nesse estágio de risco.
As deep techs brasileiras concentram-se nos setores de saúde e agronegócio, com taxas de crescimento médias de 19,8% e 20,8%, respectivamente, de 2015 a 2024. Essa expansão, embora promissora, reflete os desafios de financiamento e escalonamento que ainda limitam o crescimento mais rápido dessas empresas no cenário brasileiro.