A medida de isolamento social adotada em São Paulo a fim de evitar o contagio do coronavírus (covid-19) fez com que as pessoas evitassem de sair de casa. Apesar de ter passado cerca de três meses do inicio da quarentena, a falta de carros na rua reduziu a poluição na capital paulista pela metade.
Os dados são da Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (Cetesb), nele mostra que houve uma redução de emissão de poluentes como CO e NOx nas grandes cidades no mesmo período que iniciou a quarentena.
Segundo Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp), o maior responsável pela queda no nível da poluição está relacionada a queda no número de veículos nas ruas.
Quem corrobora com essa afirmação é o doutor em Geociências e professor em Análise Geoambiental da Universidade UNG, Fabrício Bau Dalmas. Segundo o especialista, a hipótese é “muito plausível”, tanto pelos dados coletados durante este período de quarentena quanto por estudos anteriores.
“Utilizando-se de números do atual período de quarenta na cidade de São Paulo, verifica-se que, na média, a taxa de isolamento social dos munícipes está em 50%. Logo, para quem mora na cidade, é bastante visível que esse isolamento influenciou no menor trânsito de veículos e essa diminuição da frota transitando pela cidade ocasionou uma melhoria na qualidade do ar”, explica.
Um estudo do Instituto de Energia e Meio Ambiente (IEMA) mostra que os automóveis são responsáveis por 72,6% das emissões de gases na atmosfera. Vale destacar que os veículos particulares poluem mais do que transporte coletivo, como ônibus e micro ônibus. De acordo com a pesquisa:
Os automóveis são responsáveis por 71% das emissões do poluente na cidade; Já o transporte público é responsável por 25% das emissões; E as motocicletas são responsáveis por apenas 4%.
Antes da chegada do coronavírus, a poluição era um fator que agravava o quadro de doenças respiratórias e cardiovasculares nas grades cidades. De acordo com a Revista Brasileira de Epidemiologia, de título “Poluição veicular e saúde da população: uma revisão sobre o município de São Paulo”, os dados mostram:
A poluição é responsável por um aumento de 3% a 4% da taxa de mortalidade diária por doenças cardiovasculares; Para doenças respiratórias, o aumento na mortalidade é de 6%; Em relação aos grupos vulneráveis, foi constatado que a chance de morte pode chegar a um aumento 14,2%.
Por fim, o especialista da UNG revela que: “Tratando-se de saúde pública, uma redução na concentração de poluentes atmosféricos estaria diretamente ligada a um menor número de pessoas com doenças respiratórias, o que desencadearia em um menor número de pessoas em postos de saúde e hospitais e, até um menor número de óbitos relacionados a estas doenças”.
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