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Tribuna (Ribeirão Preto, SP)

Quarentena piorou a saúde de mulheres entre 50 e 70 anos , aponta estudo

Publicado em 23 maio 2021

Por Da redação

Em estudo feito com 34 mu­lheres entre 50 e 70 anos, pes­quisadores da Universidade de São Paulo (USP) mediram de forma objetiva o impacto à saú­de causado pela queda no nível de atividade física durante a qua­rentena imposta pela Covid-19. Testes feitos após as primeiras 16 semanas de confinamento apontaram piora no estado geral de saúde das voluntárias, incluin­do perda de força muscular e con­dicionamento aeróbio, bem como aumento dos níveis sanguíneos de colesterol e hemoglobina glicada – dois fatores de risco para dis­túrbios metabólicos.

Os resultados completos da pesquisa, apoiada pela FAPESP, foram divulgados na revista Ex­perimental Gerontology.

“Importante ressaltar que es­sas mulheres já eram considera­das fisicamente inativas antes do início da pandemia, ou seja, não tinham uma rotina estruturada de exercícios. E com o confina­mento elas passaram a se movi­mentar ainda menos, pois dei­xaram de fazer atividades como passear com o cachorro ou ir ao shopping, brincar com os netos, caminhar até o ponto de ônibus ou até o trabalho”, explica Carlos Bueno Junior, professor da Escola de Educação Física e Esporte de Ribeirão Preto (EEFERP-USP) e um dos autores do artigo.

Idealizada antes da pande­mia, em parceria com a profes­sora da EEFERP-USP, Ellen de Freitas, a pesquisa tinha como objetivo original avaliar o efeito de diferentes programas de trei­namento físico em grupos de voluntários com perfil variado. Uma primeira bateria de exames foi feita com mulheres entre 50 e 70 anos em fevereiro de 2020, antes de iniciar a intervenção.

Foram avaliados parâme­tros como peso, índice de massa corporal (IMC), percentual de gordura corporal, circunferência abdominal, pressão arterial, for­ça de preensão manual (medida com um dinamômetro, apare­lho que se aperta com as mãos) e perfil alimentar (por meio de questionário). Para avaliar a ca­pacidade cardiorrespiratória, as voluntárias foram submetidas a um teste de caminhada com duração de seis minutos. Por úl­timo, foram coletadas amostras de sangue por meio das quais os pesquisadores analisaram o perfil de células brancas e vermelhas, os níveis de colesterol, as taxas de gli­cemia, insulina e hemoglobina glicada (exame capaz de indicar o risco de diabetes do tipo 2).

“A ideia era reavaliar as parti­cipantes após o término do pro­tocolo de exercícios, mas com a pandemia o planejamento inicial tornou-se inviável. Deci­dimos então adaptar o projeto para avaliar os efeitos das mu­danças sociais causadas pela Co­vid-19 nos parâmetros de saúde da população, principalmente no contexto do envelhecimento. Já tínhamos as medidas iniciais e refizemos os testes após as primeiras 16 semanas de con­finamento, seguindo todos os protocolos para evitar a conta­minação”, conta Bueno Junior à Agência FAPESP.

A pesquisa contou com a participação dos estudantes de mestrado João Ribeiro de Lima e Gabriela Abud.

Resultados
A segunda bateria de exa­mes não revelou alteração em parâmetros como peso, IMC, percentual de gordura corpo­ral e circunferência abdominal. Porém, registrou-se, em média, um aumento de 39,8% na taxa de insulina, 9,7% na de hemoglobina glicada e 1,3% na de glicemia (va­lor considerado não significativo). O nível de colesterol total aumen­tou 8% e houve queda significa­tiva (10%) na porcentagem de plaquetas no sangue – fenôme­no cujas causas e implicações ainda estão sendo investigadas.

O teste de preensão manual indicou uma redução de 5,6% da força muscular. Já o teste de caminhada indicou perda de 4,4% da capacidade aeróbia.

“Alguns desses parâmetros, como força muscular e capaci­dade aeróbia, já estavam aquém do ideal para a idade em razão do estilo de vida das voluntárias. O estudo mostra que, no con­texto da pandemia, algo que já estava ruim ficou ainda pior. Aumentou o risco de desen­volver doenças crônicas e, para aquelas que já tinham proble­mas cardiovasculares ou meta­bólicos, houve um agravamen­to do quadro”, comenta Lima.

Segundo Abud, por meio do questionário, foi possível con­cluir que não houve piora no padrão alimentar após o início do confinamento e, portanto, os prejuízos à saúde observados na pesquisa devem ser atribuídos principalmente à queda na mo­vimentação corporal.

“Muitas dessas mulheres trabalhavam fora antes da qua­rentena e tinham uma rotina agitada, embora não praticas­sem atividade física regular. Algumas relataram se sentir mais estressadas em consequ­ência do confinamento e isso também pode ter contribuído para a piora no estado geral de saúde”, afirma Abud.

Na avaliação dos pesquisa­dores, os resultados deveriam servir de alerta para os gover­nantes e para a sociedade em geral. “Com apenas 16 sema­nas já foi possível notar mu­danças significativas em alguns dos parâmetros avaliados e, com o prolongamento da crise sani­tária, as implicações para a saú­de tendem a se tornar cada vez maiores. É preciso pensar em maneiras de promover a ativida­de física com segurança durante esse período”, defende Lima.

Para Bueno Junior, a prática de atividade física durante o pe­ríodo de isolamento social é fun­damental não só para a saúde fí­sica como também psicológica. “Uma das propostas é a prática de exercícios em casa, com au­xílio de plataformas virtuais. Mas no caso de idosos ou de pessoas com limitações físicas é importante haver algum tipo de orientação profissional per­sonalizada durante o treino, pois o risco é maior”, diz.

De acordo com Lima, os resultados da pesquisa eviden­ciam que, além do tempo de­dicado à prática de exercícios físicos, o que as pessoas fazem no restante do dia também é importante e deve ser avaliado. “Muitos acham que porque fi­zeram uma hora de academia estão liberados para comer qualquer coisa ou para ficar sentado o resto de suas horas livres vendo TV. Mas não é bem assim. É fundamental di­minuir o sedentarismo, que é o tempo em que se permanece sentado ou deitado”, afirma

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