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Diário do Rio Claro

Quarentena e uso de máscara reduziram em 15% o contágio da COVID-19 em SP

Publicado em 04 julho 2020

Por Boas notícias

A combinação entre isolamento social e uso de máscaras de proteção facial diminuiu em 15% o contágio do coronavírus (SARS-CoV-2) em São Paulo e 25% em Brasília no início da epidemia de COVID-19 no Brasil, segundo constatações feitas por pesquisadores vinculados ao Centro de Ciências Matemáticas Aplicadas à Indústria (CeMEAI) em um estudo publicado na plataforma bioRxiv, ainda sem revisão por pares. Sediado no Instituto de Ciências Matemáticas e de Computação (ICMC) da Universidade de São Paulo (USP), no campus de São Carlos, o CeMEAI é um dos Centros de Pesquisa, Inovação e Difusão (CEPIDs) financiados pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp).

“Verificamos que a decretação de quarentena pelos estados combinada com a recomendação do uso de máscara pelo governo federal foram medidas de saúde pública eficazes, que contribuíram para a diminuição da transmissão do vírus na fase inicial da epidemia de COVID-19 no país, em que as taxas de contágio cresciam exponencialmente”, disse à Agência Fapesp Zhao Liang, professor da Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Ribeirão (FFCLRP) da USP e um dos autores do estudo.

Os pesquisadores chegaram a essas conclusões por meio de análises feitas por um modelo matemático que permite estimar as taxas de transmissão do SARS-CoV-2 em cada cidade do Brasil. Desenvolvido por meio de um projeto apoiado pela Fapesp, o modelo é baseado em uma abordagem de rede de transmissão de doenças entre cidades chamado SIR – sigla em inglês de Susceptible Infectious Recovered. As cidades são representadas na rede como vértices e os possíveis contágios pelo SARS-CoV-2 entre cidades como links, estimados a partir de dados reais de infectados em cada município do país por meio de algoritmos de aprendizado de máquina e de análise de redes complexas.