O VII Encontro de Iniciação Científica 2002, que será realizado nesta terça e quarta-feira (24 e 25/09), no Prédio do Centro Integrado de Excelência pela Qualidade (CIEQ), no Campus I da PUC-Campinas, reunirá 156 projetos de pesquisa desenvolvidos por mais de 200 alunos pesquisadores. O evento será dividido em três áreas: Ciências da Vida (cursos de saúde e biológicas), Ciências Exatas e Ciências Humanas. Dos 156 projetos apresentados, a maioria (107) conta com financiamento do Fundo de Apoio à Iniciação Científica (Fapic), com recursos da própria PUC-Campinas. O programa Institucional de Bolsas de Iniciação Científica (Pibic/CNPq) financia 44 projetos e a Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp) financia outros 5.
Além das apresentações de trabalhos, o encontro terá palestras, exposições, programação cultural, entre outras atividades. Na terça-feira, às 19h, serão oferecidos dois cursos gratuitos sobre os temas: "Estatística aplicada à pesquisa", pela professora Erly Catarina de Moura (Nutrição/PUC-Campinas) e "Para ler o discurso publicitário", pela professora Maria Inês Guilhardi Lucena (Letras/PUC-Campinas).
Entre as pesquisas apresentadas pelos alunos, algumas encontram-se em andamento. Alunos cujos trabalhos encontram-se finalizados já fazem planos de prosseguir as pesquisas na pós-graduação. Um exemplo a ser citado é o da dupla formada por Cláudia Aparecida Morais e Regiane Aparecida Magalhães: ambas estão concluindo Serviço Social e já fazem planos para o próximo ano.
Sob orientação da professora Mirian Faury (Faculdade de Serviço Social), elas desenvolveram pesquisa conjunta sobre os serviços e atendimento oferecidos às mulheres vítimas de violência em Campinas. Cláudia aplicou entrevistas com as mulheres em locais públicos, sobre assédio sexual. "Os resultados estão sendo tabulados, mas já é possível antecipar que a maior parte dos casos ocorrem em ambientes de trabalho, onde os assediadores, normalmente patrões ou superiores, utilizam-se da hierarquia para obter vantagens sexuais das vítimas", diz ela.
Regiane internou-se na Casa Abrigo, entidade vinculada à Prefeitura Municipal de Campinas, que mantém em local secreto mulheres vítimas de violência que correm risco de vida. Durante sete dias, ela conviveu com três mulheres abrigadas e seus respectivos filhos. Diz que pôde constatar que a maior parte dos casos de violência ocorrem em ambiente doméstico e têm histórico familiar. "A violência se estabelece como uma cultura na família, passando de geração para geração", diz a estudante. Depois de avaliadas as informações, ela as repassará para a coordenadoria da instituição, para aprimoramento do serviço.
A dupla está levando a marca da Faculdade de Serviço Social (FSS) da PUC-Campinas para fora da cidade. De 21 a 23 de novembro, estará apresentando o trabalho no 8o Encontro Nacional de Serviço Social, em Juiz de Fora (MG) e, em 28 e 29 de novembro, noCongresso Nacional de Iniciação Científica, em São Carlos (SP).
Ambas estão com um pé no mercado de trabalho e outro na pós-graduação. Cláudia faz parte do projeto Abraço, que atende famílias vítimas de violência no 5° Distrito Policial de Campinas. Regiane integra organização não governamental Afagai, que trabalha com crianças de rua em situação de risco. A pesquisa também será apresentada como trabalho de conclusão de curso e elas estão confiantes de que servirá de embrião para duas futuras dissertações de mestrado.
A professora Mirian, orientadora da dupla, também coordena na Faculdade de Serviço Social o Grupo de Estudo de Gênero e Serviço Social (Gegess), que envolve outros alunos e professores em estudos sobre assuntos relacionados à mulher.
Notícia
A Folha (São Carlos, SP)