A produção científica brasileira teve o terceiro maior crescimento mundial nas duas últimas décadas, segundo dados da revista 'Pesquisa Fapesp' Enquanto o número de artigos publicados por pesquisadores norte-americanos, por exemplo, cresceu 41,51% nas últimas duas décadas, a produção brasileira aumentou 403,49%, ficando atrás somente da China e da Coréia do Sul.
A estimativa considera o número de artigos publicados por pesquisadores em periódicos científicos internacionais indexados. O SCI (Índice de Citação Científica), do ISI (Instituto para a Informação Científica), em Filadélfia, nos EUA, por exemplo, reconhece mais de 5.000 periódicos, referentes a 164 áreas do conhecimento. Segundo o índice, apenas nesses jornais e revistas os artigos de autores brasileiros já representam 1,44% da ciência mundial.
O número parece pequeno, mas já significa um grande avanço do país. Em 2001 o SCI documentou, ao todo, 10.555 artigos do Brasil, totalizando 40% dos artigos científicos publicados por latino-americanos no mesmo período. Hoje o país já ocupa a 9ª posição entre os países com maior número de artigos em periódicos indexados.
Apesar dos dados animadores, os especialistas acreditam que a atividade científica brasileira ainda esteja sendo subestimada, já que, das 5.000 publicações indexadas pelo SCI, somente 15 são revistas brasileiras. Dessa forma, grande parte da produção publicada em revistas nacionais fica fora do eixo internacional e acaba não entrando nas estatísticas.
Para a equipe da biblioteca virtual SciELO (Scientific Eletronic Library), que indexa 91 publicações brasileiras, cerca de 3.000 artigos deveriam ser adicionados às estatísticas, elevando o total de artigos para 13 mil. Mesmo assim, o cálculo ainda seria falho, diz o estudioso do assunto Rogério Meneghini, coordenador do Centro de Biologia Molecular Estrutural do Laboratório Nacional Luz Síncrotron, de Campinas. Ele calcula que haja no Brasil de 400 a 500 revistas, o que classifica como uma 'ciência escondida'.
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