A PSA, responsável pelas marcas Peugeot e Citroën, está criando um Centro de Pesquisa em Engenharia para o desenvolvimento de motores a combustão movidos por biocombustíveis, como um motor a etanol com desempenho superior aos desenvolvidos até agora no Brasil, em parceria com a Fapesp (Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo).
Para isso foi criado um comitê composto por pesquisadores do Paris Institute of Technology (ParisTech), do Instituto Politécnico de Turim e das Universidades de Cambridge, do Reino Unido, Técnica de Darmstadt, da Alemanha e da University College London, do Reino Unido. Esse comitê vai assessorar a condução do projeto, que reunirá pesquisadores da Unicamp, USP, ITA e Instituto Mauá de Tecnologia.
Além de um motor a etanol mais potente, as pesquisas centrarão no desenvolvimento de motores movidos a outros biocombustíveis e híbridos, com o objetivo de proporcionar redução de consumo e de emissões.
"As possibilidades excepcionais de desenvolvimento de qualquer tipo de biocombustível e o histórico com o etanol e os motores flex fuel posicionam o Brasil como um polo natural para realização de pesquisa nessa área", disse François Sigot, diretor de pesquisa, desenvolvimento e design para América Latina da PSA Peugeot Citroën.
"Nosso grande desafio será coordenar as atividades desenvolvidas por esses diferentes grupos de pesquisadores", disse Waldyr Luiz Ribeiro Gallo, professor da Faculdade de Engenharia Mecânica da Unicamp e coordenador do projeto. A ideia é reunir pesquisadores em diferentes áreas de engenharia de motores, para que no futuro o centro atraia novos pesquisadores, novos projetos e mais empresas, diversificando suas fontes de financiamento, tornando-se auto-sustentável.
A escolha do Brasil para essa experiência vem de uma opção da montadora feita em 2008, quando decidiu que a filial brasileira, seria o polo de competência em pesquisa na área de biocombustíveis. Desde aquele ano os recursos globais para pesquisa da montadora, são enviados ao Brasil.
Hybrid Air
O investimento em motores menos poluentes inclui o projeto apresentado pela PSA na semana passada, em São Paulo, de uma nova tecnologia chamada Hybrid Air, um modelo híbrido que une um motor térmico com um sistema a ar comprimido.
A tecnologia foi montada numa maquete de um C3, feito na França. Baseia-se na associação de várias tecnologias extensivamente: um motor a gasolina, um sistema de armazenagem de energia sob a forma de ar comprimido, um conjunto de dois motores-bombas hidráulicas e uma transmissão automática que trabalha com um conjunto de engrenagem epicicloidal.
O Hybrid Air combina duas energias para atingir o melhor rendimento de acordo com diferentes situações: o ar comprimido vai assistir o motor a gasolina até mesmo substituí-lo, para levá-lo aos pontos de funcionamento mais eficientes durante as fases transitórias - acelerações e arrancadas.