Projeção de novos casos da doença aponta retração para próximos dias
Projeção da Infotracker, plataforma desenvolvida pela USP e Unesp para o monitoramento da pandemia em todo o Estado de São Paulo, mostra índice de 0,98 nesta quinta-feira (19). O cenário classificado como 'possível controle' da pandemia revela retração em relação a novos casos de covid-19 na região de Presidente Prudente.
Isso quer dizer que 100 contaminados com a doença transmitem para outras 98 pessoas. Contudo, a taxa cairá para 0,86 no dia 25, o que revela queda acentuada da doença nas próximas semanas.
O índice de contágio (RT) é importante para apontar quantas pessoas serão contaminadas por um infectado, além de auxiliar na projeção da velocidade de transmissão da doença. O número deve ficar abaixo de 1 por mais de 15 dias para que seja visualizada queda de novos casos.
Projeção de novos casos
De 422 casos ativos, a plataforma aponta aumento para 566 nos próximos dias. Porém, os números não refletem a realidade devido ao apagão de dados em decorrência da falta de atualização de boletins por parte dos municípios, como ocorre em Presidente Prudente.
Sem dados
Em Presidente Prudente, o cenário de apagão de dados segue há semanas. Não há informações atualizadas sobre notificações e novos casos, bem como a divulgação de boletins diários por parte da Vigilância Epidemiológica Municipal (VEM). Apenas há a divulgação de óbitos e total de registros da doença.
Cenário no Estado
No Estado de São Paulo, a taxa de transmissão da covid é de 0,96, também com tendência de queda; o índice estadual cairá para 0,86 até a próxima quarta-feira.
Pequena parte das regiões têm índice acima do teto considerado de segurança em relação à disseminação do vírus. Ao todo, cinco figuram com maior índice: 1.
Barretos (1,07), São João da Boa Vista (1,05), Franca (1,04), São José do Rio Preto (1,03) e Sorocaba (1,00).
Gravidade de síndrome pós-Covid pode estar relacionada a anticorpos presentes em doenças autoimunes
Estudo conduzido no Instituto de Ciências Biomédicas da Universidade de São Paulo (ICB-USP) e divulgado na revista Frontiers in Immunology lança luz sobre a chamada síndrome pós-Covid-19 termo que abrange o conjunto de sintomas que permanecem ativos em alguns pacientes após a fase aguda da infecção pelo SARS-CoV-2.
No trabalho, os pesquisadores analisaram os autoanticorpos (anticorpos que “atacam” antígenos do próprio organismo) de 80 pacientes que tiveram Covid-19, bem como os de 78 indivíduos soronegativos ou assintomáticos.
“Embora os autoanticorpos sejam mais conhecidos por estarem presentes em doenças autoimunes, estudos recentes têm mostrado seu papel na regulação tanto do organismo doente quanto saudável”, explica Otávio Cabral Marques, pesquisador do ICB-USP e coordenador do estudo, que contou com apoio da FAPESP.
Como explica Marques, os autoanticorpos são uma primeira linha de defesa contra infecções, além de contribuir para a homeostase (o equilíbrio) do sistema imune. Em algumas desordens autoimunes, por exemplo, eles podem estar presentes antes dos primeiros sintomas, servindo de biomarcadores e ajudando no diagnóstico e tratamento.
No estudo agora publicado, os dados dos voluntários soronegativos ou assintomáticos foram comparados com os de pacientes que desenvolveram a chamada síndrome da fadiga crônica, que pode incluir sintomas como cansaço extremo, problemas no sono, na memória e de concentração. Conhecida também como encefalomielite miálgica, a síndrome da fadiga crônica tem sido observada desde o começo da pandemia em 10% a 20% dos pacientes que se curam da Covid-19.
Nos voluntários com esse quadro, os cientistas observaram uma baixa prevalência de autoanticorpos direcionados a receptores vaso e imunorregulatórios, além de outros envolvidos no sistema nervoso autônomo, que controla o funcionamento dos órgãos.
“Os autoanticorpos são necessários para a regulação de várias funções do organismo. Eles não podem estar muito altos nem muito baixos. No caso desse estudo, as baixas concentrações sugerem falhas no funcionamento de receptores vaso e imunorregulatórios devido a uma possível perda funcional dos autoanticorpos”, explica Igor Salerno Filgueiras, que realizou as análises de bioinformática do estudo durante seu mestrado no ICB-USP.
Da Redação e Fapesp