A proposta de desvinculação de verba da FAPESP (Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo) apresentada pelo governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) no projeto de lei de diretrizes orçamentárias mostra que ele realmente não conhece São Paulo, afirma o presidente do PSDB na capital paulista, José Aníbal.
A LDO enviada à Alesp (Assembleia Legislativa de São Paulo) em 2 de maio prevê remanejamento de até 30% das verbas da fundação para outras áreas da administração pública. Inicialmente, o governador tinha tentado reduzir também recursos da USP (Universidade de São Paulo), Unicamp (Universidade Estadual de Campinas) e Unesp (Universidade Estadual de São Paulo), mas teve que recuar.
“A FAPESP é uma fundação de amparo à pesquisa que é considerada uma das melhores do mundo. Ela tem um gasto mínimo, um custeio, e tudo é investimento, bolsas, pesquisas, inovação tecnológica”, diz Aníbal. “Na campanha [ao governo], eu lembro que tinha que dizia que ele era de fora, do Rio de Janeiro. Isso não é argumento. A população de São Paulo, em boa medida, é de fora de São Paulo. Mas agora eu estou vendo que a ignorância que ele tem de São Paulo é gravíssima.”
Ele lembra que a fundação foi a primeira a sequenciar o DNA da Xylella, que causa a doença do amarelinho da laranja. “E ele manda uma proposta orçamentária para a Assembleia contingenciando 30% dos recursos da FAPESP. Ele está dando razão àqueles que diziam que ele não conhece São Paulo.”
No governo João Doria (PSDB), também houve desvinculação de receitas da FAPESP para a fundação e para as universidades paulistas.
“Eu fico assustado com negócio desse. O Doria fez, mas o Doria também não conhecia muito São Paulo”, diz o presidente do diretório municipal do PSDB. “Isso mostra que Tarcísio não tem ideia do quanto essas instituições foram cruciais para São Paulo ser o que é hoje.”