Uma pesquisa realizada por cientistas brasileiros revelou que a própolis pode ajudar a melhorar o sistema imunológico de pessoas que vivem com HIV. A resina é capaz de modular a imunidade até nos infectados pelo vírus, revelou o estudo feito pelo Instituto de Biociências da Universidade Estadual Paulista (Unesp) de Botacatu, em São Paulo.
"Já se sabia que a própolis é um poderoso anti-inflamatório e tem também ação antioxidante, mas essa é a primeira vez que se mostra que também auxilia quem vive com o HIV", disse o coordenador da pesquisa, José Maurício Sforcin, para O Globo. O pesquisador estuda as propriedades da resina produzida pela abelha há anos e diz que seu potencial é maior do que se imagina.Os pesquisadores verificaram que, em um grupo de voluntários, a própolis reduziu a concentração de malondialdeído, substância que indica estresse oxidativo, ou seja, que desequilibra o metabolismo das células.
Essa substância causa a perda de defesa contra radicais livres e está associada a muitos problemas, como câncer, doenças cardiovasculares, envelhecimento da pele e a perda de funções cognitivas. Publicado na revista Biomedicine & Pharmacotherapy, o estudo propõe que a própolis consiga diminuir estes problemas.
"A própolis pode ajudar a reduzir a inflamação crônica e contribuir para prevenir o desenvolvimento de comorbidades, como diabetes e câncer, mais frequentes em pessoas que vivem com o HIV do que em não infectados. E, dessa forma, auxiliar a conter o envelhecimento precoce que afeta os portadores do vírus", diz a bióloga Karen Tasca, primeira autora do trabalho, apoiado pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp).
Cerca de 40 voluntários fizeram parte o estudo e são pessoas que já fazem tratamento antirretrovirais, são assintomáticas e com vírus indetectável há três anos. Elas ficaram três meses usando cápsulas de própolis, sem mudar sua rotina, e no final constataram a diminuição dos níveis de marcadores associados à inflamação e ao estresse oxidativo.
O Liberal