Mesmo para os empreendedores que conseguiram integrar seus projetos na Incubadora de Base Tecnológica de Mogi das Cruzes (Intec), conseguir financiamento e mercado são os principais desafios.
No entanto, pelo menos um dos dez projetos residentes e pré-incubados poderá conseguir até RS 600 mil da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp). A notícia foi dada ontem durante a cerimônia de inauguração da incubadora. Trata-se do projeto de produção de proteínas recombinantes, desenvolvido por três professores, sob a coordenação do professor de Biofísica da Universidade Federal de Minas Gerais e de Engenharia Química da UMC, Jorge Pesquero.
Ele explicou que pediu os recursos por meio de um programa da Fapesp: "Recebemos uma carta da Fundação com sinal favorável ao financiamento. A confirmação dependerá da apresentação da documentação. Inicialmente deverão ser liberados R$ 100 mil. Com esse dinheiro, num prazo de seis meses, nossa equipe terá de viabilizar o produto. Na segunda fase o projeto poderá receber mais RS 500 mil. O financiamento é a fundo perdido e ajudará muito nosso trabalho".
A proteína recombinante será utilizada, por exemplo, na agropecuária, para ampliar a ovulação de uma vaca de boa procedência. "Precisaremos de aproximadamente RS 1 milhão para desenvolver essa substância até o ponto de aplicá-la em seres humanos e animais", disse o professor.
A liberação do financiamento será fundamental, acrescentou Pesquero - o projeto já está patenteado. "Obter recursos para desenvolver os projetos e conseguir mercado para os produtos são os grandes desafios para quem participa da Intec."
Outros projetos
Além das proteínas recombinantes, mais quatro projetos estão na incubadora: Controle Ambiental de Estufas, Nevrose, Higienização de Clínicas e Aplicações Veterinárias e Câmaras Hiperbáricas.
Os projetos pré-incubados são os de Cosmética Veterinária, Higienização Bucal, Gerenciamento de Sistemas de Impressão, Construção de Baixo Impacto e Rodoenergia, para Iluminação Pública.
Os projetos residentes estão mais avançados e poderão apresentar resultados mais rapidamente. Os pré-incubados precisarão de mais apoio para crescer.
Preocupação
A idéia da Intec de Mogi surgiu em 2001. A proposta de transformar idéias inovadoras em empresas com geração de empregos e renda foi desenvolvida pela Prefeitura, Sindicato Rural, Ciesp, UMC, UBC, Sebrae e Senai. O investimento ficou em torno de R$ 420 mil. Dos 60 projetos apresentados, dez foram selecionados e incubados por um período de até dois anos. Um técnico que participou do projeto e pediu ao Mogi News para não ter o nome revelado disse que, apesar dos esforços, a incubadora ainda não está pronta. Falta completar as divisórias entre os boxes, definir a rede de distribuição de luz e água.
O prometido apoio aos empreendedores, para a busca de financiamento e mercado, também não estaria ajustado: "As coisas não estão prontas. A preocupação é que o projeto não seja esquecido".
O diretor regional do Ciesp, Renato Rissoni, estava fora de Mogi ontem e não foi localizado para comentar o caso.
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