Através do controle da mastite infecciosa bovina, doença que ataca 72% das vacas brasileiras, será possível aumentar a produção de leite do país e, assim, dispor de uma valiosa arma contra a subnutrição infantil. O brasileiro hoje consome menos de um copo de leite por dia — a média do consumo diário é de 200 mililitros, quantidade cinco vezes menor do que a considerada ideal. Devido à mastite, o país acumula prejuízos de até US$ 330 por vaca, e seu potencial de produção é limitado. Embora possua o mesmo rebanho bovino que os Estados Unidos, o Brasil gera quase quatro vezes menos leite (a produção norte-americana é de 70 bilhões de litros por ano, e, a brasileira, de somente 20 bilhões).
Além de infectar o animal e a própria composição do leite, a mastite bovina pode provocar sérias doenças nos consumidores, como a meningite, a brucelose e septicemias, e, nas vacas, pode levar à perda das glândulas mamárias, abortos e até a morte. O pior é que, por ser infeccioso, o mal é transmitido com facilidade de um animal para outro.
Para controlá-lo é preciso educar. É a este resultado que chegou a equipe do Núcleo de Apoio à Pesquisa em Glândula Mamária e Produção Leiteira (NAPGAMA), que já estuda a doença há cinco anos dentro do projeto Mastite Infecciosa Bovina, idéia financiada pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp) e coordenada pela pesquisadora Elisabeth Oliveira da Costa, da Faculdade de Medicina da USP. A pesquisa descobriu um grande número de espécies diferentes de microorganismos causadores da doença, que em 1988 somavam 137. A partir do projeto foram criadas mais de 50 pesquisas sobre o mal, suas causas, formas de prevenção e tratamento, e já foram realizados cursos em nove estados brasileiros. É necessário informar os produtores sobre medidas preventivas como a higiene na fase de ordenha, a nutrição e ações terapêuticas ligadas ao meio ambiente. O combate à mastite bovina representa o próprio combate à desnutrição infantil.
Mais informações: (XX11) 838-4151, 838-4008 ou 838-4116 na Assessoria de Imprensa da Fapesp.
Alunos da Medicina fazem trabalho de prevenção de doenças em favelas
Moradores da favela de Vila Nova Alba, no Jardim Bonfiglioli, estão no cronograma de visitas da equipe de trabalho de prevenção de doenças da Liga Pediátrica Comunitária do Instituto da Criança, que vem desenvolvendo atendimentos comunitários na região do Butantã, desde 1979.
As visitas acontecem às quintas-feiras, das 17 às 19 horas, e sextas-feiras, das 12 às 14 horas, e tem como objetivo diminuir a mortalidade infantil e o impacto das doenças prevalecentes na infância, através de ações preventivas. A equipe é chefiada pelo dr. Renato Minoru Yamamoto, que orienta os moradores na prevenção de verminoses, doenças respiratórias e de origem do contato com animais domésticos, e conscientiza as mães sobre a atualização da carteirinha de vacinação das crianças.
O atual programa na favela é um estágio voluntário para alunos da Faculdade de Medicina da USP, que visa contribuir para a formação de futuros médicos comprometidos com a melhoria da qualidade de vida em sua comunidade. O grupo é formado por primeiro e segundanistas, que ficam responsáveis por ações de educação e transmissão de noções de higiene e saúde, e terceiro e quartanistas, que realizam diagnósticos, propõem tratamentos e encaminhamentos ao Centro de Saúde.
Mais informações: (0XX11) 3069-8507, 3069-8516 e 3069-8531.
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Agência USP de Notícias