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Projeto Genoma amplia espaço para pesquisas estratégicas

Publicado em 05 maio 2003

Desde que foi criado, há pouco mais de cinco anos, o projeto conseguiu agregar 62 laboratórios e formar aproximadamente 500 profissionais na área de biotecnologia. A biotecnologia é uma coisa estratégica em um país como Brasil, por sua extensão e por suas particularidades, afirmou. O trabalho dos pesquisadores brasileiros nesta área já alcançou projeção internacional. A partir do seqüenciamento genético da Xylella fastidiosa, causadora da doença amarelinho nas culturas de laranja, a Fapesp foi contratada para desenvolver o seqüenciamento do genoma da Xylella responsável por danos às plantações de uva da Califórnia, nos Estados Unidos. Um dos indicadores da importância econômica dessas pesquisas, ressaltou o diretor da Fapesp, é que a maioria dos trabalhos tem recebido injeção de capital privado e até financiamento internacional. Além disso, três empresas foram criadas para desenvolver trabalhos nesta área: a Alellyx, a Scylla e a Canavialis. As três estão iniciando a indústria de biotecnologia no país, disse Fernando Perez. A primeira tem como meta gerar conhecimentos que possam melhorar a competitividade da agricultura, enquanto a Scylla produz software para pesquisa de dados genômicos, e a Canavialis está concentrada em garantir a melhor utilização das variedades de cana-de-açúcar. Segundo ele, apesar de a atividade de seqüenciamento genético já ter se transformado em uma commodity, o grande desafio é transformar essa informação em conhecimento. Ele citou exemplos de problemas que podem vir a ser resolvidos a partir da transformação de informações genômicas em conhecimento. Um deles é o combate ao carrapato, que demanda gastos anuais da ordem de US$ 2 bilhões. Outro problema são os prejuízos causados à pecuária em razão da leptospirose, transmitida pelos ratos. Não temos uma varinha mágica de fazer genoma e resolver o problema. O problema deve ser resolvido por empresas, que vão investir e ganhar dinheiro. E isso é muito bom para o país, afirmou. Para o professor, também é importante uma postura mais pró-ativa por parte das agências de fomento, Governo e iniciativa privada para incrementar ainda mais essa atividade no Brasil. (Gabriela Leal, da Assessoria de Comunicação do MCT)