O projeto "Revitalização da cadeia vitivinícola paulista: sustentabilidade, governança e competitividade" está entrando na sua segunda fase. Coordenado pelo Instituto de Economia Agrícola (IEA) da Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado, seu objetivo é colocar São Paulo entre os maiores centros produtores de uvas e vinhos de qualidade, aumentando a produção de ambos e, conseqüentemente, gerando emprego, renda e fixação de famílias nos espaços rurais e periurbanos.
O projeto é financiado pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado (Fapesp) e desenvolvido por uma equipe de pesquisadores da Coordenadoria de Assistência Técnica Integral (Cati), Instituto de Tecnologia de Alimentos (Ital) e Instituto Agronômico de Campinas (IAC), todos ligados à Secretaria, além de membros da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp).
Trata-se de uma iniciativa da prefeitura de São Roque, em parceria com o Sindicato da Indústria do Vinho do município, Secretaria de Agricultura do Estado e Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp). Outros municípios contemplados são Jundiaí, Jarinu e São Miguel Arcanjo. A principal característica do projeto, desde início, tem sido envolver os diversos agentes da cadeia produtiva em busca de estratégias coletivas.
Na primeira fase, desenvolvida de fevereiro a julho do ano passado, foi possível atualizar o cadastro de produtores de uva e vinho, definir os elos básicos da cadeia produtiva (viveiro de mudas, produtores de uva e de vinho) e elaborar um questionário minucioso para definir o perfil dos produtores (e suas necessidades), além do processo produtivo.
Subprojetos — No próximo dia 14, uma reunião será realizada na prefeitura de Jundiaí para dar início aos trabalhos da segunda fase. A etapa que se inicia vai demandar dois anos para o desenvolvimento de três subprojetos.
O primeiro inclui a caracterização socioeconômica e tecnológica da cadeia vitivinícola paulista, reconhecendo o manejo das videiras, as condições de trabalho, o processo produtivo do vinho, os perfis de produtores e os principais destinos da produção.
O segundo subprojeto avaliará o comportamento de solo e clima das variedades de uva destinadas à produção de vinhos finos, vinhos comuns e de outros derivados. Além disso, formará duas coleções de germoplasma, sendo uma de uvas para vinhos e derivados e outra para porta-enxertos.
O terceiro classificará os vinhos produzidos nos municípios envolvidos, mediante avaliação química e sensorial. Além da classificação dos vinhos, será desenvolvido um trabalho de sensibilização junto aos produtores quanto à necessidade de adequação às condições sanitárias exigidas pela legislação.
Os planos são de que os resultados norteiem futuros encaminhamentos de políticas públicas para o setor, com a aplicação pelas prefeituras parceiras do projeto.
"Além das informações fundamentais para o planejamento das atividades vitivinícolas da região, a idéia é que o projeto consolide um ambiente institucional favorável ao desenvolvimento do setor", diz a pesquisadora do IEA e coordenadora do projeto, Adriana Verdi. |