Trabalho de extensão desenvolvido na FCA foi um dos finalistas do Prêmio Cidadania sem Fronteiras, entregue pelo Ministério da Ciência e Tecnologia e Instituto Cidadania Brasil, no dia 24 de agosto em São Paulo
O projeto de extensão "Políticas públicas para a capacitação familiar e inovação tecnológica de produtos hortícolas in natura, minimamente processados e processados", desenvolvido pela Faculdade de Ciências Agronômicas (FCA) da Unesp, câmpus de Botucatu [com apoio da FAPESP], foi um dos três finalistas da edição nacional do Prêmio Cidadania sem Fronteiras, que foi entregue pelo Ministério da Ciência e Tecnologia e Instituto Cidadania Brasil, no dia 24 de agosto em São Paulo.
O projeto, que concorreu ao prêmio na categoria "Comunicação", busca garantir alternativas para a geração de renda e melhoria da qualidade de vida de quarenta famílias do município paulista de Itatinga (a 233km de São Paulo) através da capacitação de mulheres agricultoras para a produção e processamento de alimentos orgânicos.
Voltado para famílias em situação de exclusão social, o projeto atende principalmente mulheres que desempenham as funções de chefe de família, seja pela condição de viuvez, abandono ou incapacidade por parte dos maridos.
Através de palestras e atividades práticas, conduzidas por docentes e alunos de graduação e pós-graduação da Unesp de Botucatu e de representantes do Sebrae, elas aprendem a produzir de maneira sustentável e a agregar maior valor aos seus produtos, in natura ou processados.
As participantes já receberam informações sobre preparo de solo, uso de fertilizantes orgânicos, irrigação e colheita. Numa segunda etapa, também aprenderam sobre os procedimentos pós-colheita, tais como higienização de embalagens e equipamentos, sanitização de vegetais, transporte e armazenagem dos alimentos.
O trabalho vai continuar ao longo do segundo semestre com a produção de hortaliças minimamente processadas e de derivados de hortaliças como picles e massas, macarrões, bolos e até pizzas, além da produção de alimentos utilizando as partes não convencionais das hortaliças como forma de aproveitar ao máximo as plantas, além de informações nutricionais sobre os alimentos e seu consumo.
O programa também prevê a realização de análise nutricional dos produtos e a análise microbiológica para evitar a contaminação por coliformes termotolerantes, bolores ou leveduras. Por fim, as participantes receberão noções econômicas para realizar análises de custos e avaliações de mercado.
O objetivo final da iniciativa é promover a cidadania junto à comunidade atendida. "Ao contemplar as principais etapas da cadeia produtiva, o projeto busca resultar em segurança alimentar, sustentabilidade nutricional, aumento da renda das famílias atendidas e preservação do meio ambiente", diz o professor Rogério Lopes Vieites, do Departamento de Gestão e Tecnologia Agroindustrial da FCA e coordenador do projeto. "Dessa forma, estaremos resgatando a dignidade e a cidadania das participantes".
Os realizadores do projeto pretendem que ele sirva de modelo e possa ser aplicado em outras comunidades, como afirma o professor Vieites. "Nossa intenção foi desenvolver um trabalho capaz de articular esforços nas áreas de pesquisa e extensão, com a produção de experiências e argumentos sólidos, para o delineamento de políticas públicas de inclusão social em todos os níveis de governo".
O projeto "Políticas públicas para a capacitação familiar e inovação tecnológica de produtos hortícolas in natura, minimamente processados e processados" é financiado pela FAPESP e conta com o apoio do Instituto de Biociências da UNESP, do Sebrae/SP, da Prefeitura Municipal de Itatinga e do SESI de Botucatu.