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Projeto da Fapesp vai avaliar papel dos rios da Amazônia no ciclo de carbono

Publicado em 24 maio 2013

O professor da Escola de Oceanografia da Universidade de Washington, dos Estados Unidos, Jeffrey Edward Richey, vai estar mais próximo dos pesquisadores brasileiros nos próximos cinco anos. Ele estuda o papel dos rios amazônicos no ciclo de carbono em colaboração com pesquisadores do Centro de Energia Nuclear na Agricultura (Cena), da Universidade de São Paulo (USP), em Piracicaba.

Richey acaba de ter projeto temático aprovado pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp). O programa da instituição visa atrair cientistas de renome, para que coordenem projetos temáticos em sua área de atuação em universidades e laboratórios paulistas.

Em entrevista à Agência Fapesp, Richey explica que suas pesquisas sobre os rios amazônicos começaram em 1976, quando integrou a equipe de cientistas do navio Alpha Heliux, da frota oceanográfica dos Estados Unidos na Bacia do Amazonas.

De acordo com cientistas, na época, o trabalho foi realizado ao longo dos Rios Amazonas, Solimões e Negro. "Desde então, eu me interesso muito pelos grandes desafios de pesquisa que a região apresenta em temas como ciclo de carbono", afirma.

"A vinda do professor Richey para participar desse projeto consolida nossa colaboração de décadas que, além de ter trazido diversos resultados, contribuiu para a formação de pesquisadores na área. Eu mesma fui formada dentro do grupo dele no Cena", diz Maria Victoria Ramos Ballester, professora do Cena.

Para o cientista, o trabalho sobre o ciclo do carbono ainda está no início no Baixo Amazonas.  Ele afirma ter percebido que esse tipo de estudo é viável. "Ainda temos muitas perguntas sobre como funciona o processo de absorção e liberação de gás carbônico pela Bacia Amazônica. Além do fluxo enorme de água que possui, o Amazonas tem rios tributários, como o Tapajós, o Xingu, o Tocantins e o Vargem Grande. Precisamos saber qual o papel desses rios no ciclo final de carbono do Rio Amazonas."

O pesquisador lembra ainda que a região também passa por um processo de desenvolvimento. "Há empresas se estabelecendo lá e há produção de soja em algumas áreas. É preciso avaliar como os fatores sociais e econômicos afetam o ciclo de carbono. Os avanços tecnológicos dos últimos anos abrem perspectivas de pesquisa totalmente diferentes das que tínhamos no começo dos estudos sobre o papel da Bacia do Amazonas no ciclo de carbono. Agora, com o apoio desse projeto da Fapesp, poderemos adquirir instrumentos que nos ajudem a responder essas perguntas."